A descoberta foi feita em 2019, durante escavações arqueológicas no Monte Zion. A joia de ouro e prata é um artefacto “extremamente raro” devido à sua composição, já que eram frequentemente saqueadas e derretidas pelos exércitos atacantes.
Anualmente, a comunidade judaica comemora o Tisha B’Av, um feriado que visa assinalar acontecimentos históricos que a cidade de Jerusalém sofreu ao longo da sua história — como a queda da cidade e a destruição do templo do rei Salomão às mãos das forças babilónias —, assim como homenagear as vidas perdidas.
Este ano, as comemorações, celebradas a 17 e 18 de julho, contam com um acrescento histórico: a descoberta de cinzas dos incêndios que devastaram a cidade, flechas dos invasores e um brinco — apenas a segunda joia desta época encontrada em investigações arqueológicas.
Em 2017, já haviam sido encontradas camadas de cinzas, cerâmicas esmagadas — uma descoberta que confirmava alguns dos relatos bíblicos, que nem sempre são confirmados por investigadores —, pontas de flechas e uma orelha feita de mistura de ouro e prata. Os artefactos foram então encontrados na mesma área onde decorrem as escavações atuais, no Monte Zion.
Tal como relembra o site IFL Science, as escavações arqueológicas são processos lentos e, até agora, apenas uma pequena parte da cidade de Jerusalém foi analisada com este pormenor.
Shimon Gibson, investigador da universidade da Carolina do Norte, considera que a área pode ser uma das “casas dos grandes homens”, tal como referido no Livro dos Reis — o qual esclarece que esta terá sido queimada quando os exércitos babilónicos invadiram a cidade.
Gibson, no entanto, considera que as descobertas mais recentes podem ser conflituantes com as anteriores. As camadas de cinza podem indicar uma “lixeira para os restos dos fogos das lareiras”, algo que se torna improvável devido às joias de ouro e às pontas de flechas também encontradas.
“Ninguém deixa esses objetos no lixo doméstico. É o tipo de confusão que se poderia esperar encontrar nas ruínas de uma casa depois de um raid ou uma batalha”, acrescentou. “Joias são um achado raro em terrenos de conflitos, porque este é precisamente o tipo de objeto que os atacantes vão saquear e derreter.”
As dúvidas levantadas pelo arqueólogo poderão ser esclarecidas por investigações mais pormenorizadas, algo recorrente em Jerusalém, cidade onde várias eras da humanidade se sobrepõem no solo e onde as escavações, relativas a diferentes períodos, acontecem lado a lado.
O cerco a Jerusalém pelas forças babilónias terminou em 586 ou 587 do calendário Gregoriano e é repetidamente descrito na Bíblia.
A grande maioria da população judaica da cidade foi morta e a restante levada para prisões babilónias, onde, de acordo com os registos históricos, foi torturada com grande violência. O exílio da população judaica durou aproximadamente 50 anos.
Olá ZAP e obrigado pela notícia, mas o exílio do povo hebreu durou 70 anos segundo o relato do livro de Daniel.