Um equipa de investigadores criou um exame de sangue que indica se o tratamento contra o cancro está a funcionar no paciente em questão. As respostas podem ser apresentadas no dia após o início do tratamento.
O método irá acelerar significativamente o processo de avaliação dos progressos dos doentes com cancro e permite que os médicos façam ajustes – caso seja necessário – no plano de tratamento, de modo a melhorar as possibilidades de recuperação dos doentes.
Shao Huilin e a sua equipa desenvolveram uma tecnologia que é precisa, menos invasiva e que aumenta significativamente a janela de avaliação, através do uso de biopsias líquidas.
A técnica, denominada de monitorização de vesículas extra-celulares da ocupação química e expressão de proteínas de pequenas moléculas – ExoSCOPE -, é a primeira desse tipo no mundo.
A plataforma ExoSCOPE usa uma abordagem complementar de biologia química e desenvolvimento de sensores para medir as delicadas mudanças de drogas em vesículas extra-celulares EVs.
“Os procedimentos convencionais não são só caros, mas também demorados. Para esses métodos, a eficácia do tratamento só pode ser determinada após semanas. Através do uso do ExoSCOPE, podemos medir diretamente os resultados da eficácia do medicamento no prazo de 24 horas desde o início do tratamento. Isso irá reduzir significativamente o tempo e o custo da monitorização do tratamento do cancro”, refere Shao.
O especialista frisa ainda que “o método requer apenas uma pequena amostra de sangue para a análise e cada teste demora menos de uma hora para ser concluído. Portanto, é menos invasivo e ainda mais informativo”.
Num ensaio clínico que envolveu 163 amostras de sangue de 106 pacientes, o ExoSCOPE mostrou resultados positivos em pacientes com cancro de pulmão, permitindo a avaliação eficaz dos resultados dos tratamentos. O método atingiu uma taxa de precisão de 95%.
A equipa, escreve o Futurity, demorou dois anos para desenvolver e validar a plataforma ExoSCOPE. O próximo desafio passa pela expansão da plataforma de modo a medir a eficácia de diferentes medicamentos e aplicar a tecnologia a um espectro de doenças mais alargado.
O estudo foi publicado na revista Nature Nanotechnology.
A confirmar-se será uma autêntica revolução no tratamento do cancro e poderá permitir, em paralelo, significativa redução do custo dos tratamentos.