Um estudo global publicado na quinta-feira revelou que 80% do lixo encontrado nos oceanos é composto por plástico, sobretudo sacolas e garrafas. Em seguida surge o metal, vidro, roupas e outros artigos têxteis, borracha, papel e madeira processada.
A maior proporção de plástico encontra-se nas águas superficiais (95%), seguida das costas (83%), enquanto os leitos dos rios apresentam a menor percentagem (49%).
O estudo analisou 112 categorias de resíduos maiores do que três centímetros em sete ecossistemas, como rios, leitos de rios, águas costeiras e águas abertas. Foram utilizadas informações de 12 milhões de pontos de observação de 36 bancos de dados em todo o planeta.
Sacos descartáveis, garrafas plásticas, recipientes para alimentos e embalagens de comida são os quatro artigos que mais poluem os mares, representando quase metade dos dejetos de origem humana.
Apenas dez produtos, entre os quais tampas e equipamentos de pesca, responderam juntos por 75% do lixo plástico, devido ao seu uso generalizado e degradação extremamente lenta.
Em termos de origem, os produtos take-away representam a maioria dos resíduos em todos os ambientes (de 50% a 88%), exceto no mar aberto, onde 66% provém das atividades marítimas. Já plásticos de origem médica e higiénica encontram-se sobretudo no fundo do mar, perto da costa.
A maior concentração de lixo foi encontrada nas faixas costeiras e no fundo do mar perto das costas. Uma das explicações dos cientistas é que o vento e as ondas arrastam o lixo para a costa, onde se acumula no fundo.
Os responsáveis pela pesquisa alertam que a produção irresponsável de artigos plásticos de uso único, o comportamento inadequado das pessoas e as deficiências dos sistemas de reciclagem levam a um acúmulo contínuo desses materiais. Por essa razão, os autores propõem maior controlo do consumo e produção.
Como alternativas, os investigadores recomendaram a proibição de artigos de plástico para viagem, como sacos descartáveis.
Em relação a produtos considerados essenciais, defendem que estes assumam mais responsabilidade na recolha, bem como nos processos de devolução.
ZAP // DW