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IPO do Porto precisa de sangue

SXC

foto: sxc

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O presidente do IPO/Porto revelou hoje à Lusa que houve uma redução significativa de dádivas de sangue no último ano e apelou à comunidade que se voluntarie para ajudar a suprir as necessidades deste instituto de oncologia.

Laranja Pontes disse que o IPO do Porto, atualmente, necessita de elevar em 12% as doações, num mínimo de 40 colheitas de sangue por dia, para dar resposta às necessidades de forma autossuficiente e recorrer com menor frequência à compra de componentes sanguíneos e plaquetários.

“Já este ano, o IPO/Porto investiu em ações de angariação de dadores nas faculdades da Universidade do Porto e politécnicos, bem como ações de reconhecimento e fidelização dos atuais dadores. É fundamental que consigamos recuperar as doações de sangue e que consigamos mobilizar as pessoas para esta necessidade”, sublinhou o responsável.

Laranja Pontes considerou que “o momento de crise que se vive no país não contribui para aumentar as dádivas de sangue. A desmotivação e a falta de esperança leva a que as pessoas não estejam tão abertas a estes movimentos que são necessários”.

Daí que o presidente do IPO do Porto insista na necessidade de as autoridades nacionais criarem “um ambiente favorável” para que não só os dadores se sintam motivados a ajudar, mas também para angariar novos voluntários.

“Acho que houve alguns erros de `casting` recentemente neste processo, que deixaram marcas. E acho que se calhar um dia destes as autoridades competentes tem de pensar em criar mais alguns incentivos, porque senão podemos vir a estar em situações de fragilidade”, sublinhou.

Segundo explicou à Lusa, “os doentes da unidade de transplante é que é são os grandes `consumidores` e existem muitas necessidades sempre associadas a isso. Temos a maior unidade de transplante de medula portuguesa, fazemos 150 transplantes de medula por ano, o que é muito, e isso gasta-nos muitas unidades de sangue e plaquetas, principalmente”.

“Ou temos um conjunto de boas ações que vão suprir as necessidades da comunidade ou senão um dia destes por falta de sangue — e a culpa não é de ninguém é da comunidade em geral — pode haver algumas situações graves. Se houver um desinteresse nacional sobre o assunto quando chegar a altura de precisar de sangue para qualquer coisa e não houver, será grave”, alertou.

Diariamente, no IPO/Porto, há dezenas de doentes que necessitam de transfusão de diversos componentes sanguíneos, para serem sujeitos a transplante de medula óssea, cirurgias, ou para realizarem tratamentos de quimioterapia ou radioterapia.

“Sem as dádivas de sangue, estes doentes não podem ser tratados, pois, apesar dos avanços técnicos, o sangue humano ainda não tem substituto. O sangue não se poder comprar, não se pode substituir, tem de se obter através da dádiva altruísta de pessoas saudáveis”, acrescentou.

Para ser dador de sangue tem de ser saudável, ter mais de 18 anos e pesar mais de 50 quilos. O organismo repõe, rapidamente, todos os componentes do sangue colhidos, pelo que se pode dar sangue várias vezes por ano (os homens cada três meses e as mulheres cada quatro) sem qualquer inconveniente para a saúde.

O atendimento a dadores no IPO do Porto funciona de segunda a sexta-feira entre as 08:30 e as 19:00 e aos sábados entre as 08:30 e as 12:30.

/Lusa

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