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Resposta ao medo em bebés pode ser moldada pelo microbioma intestinal

Cientistas descobriram que até a resposta ao medo em bebés pode ser parcialmente determinada pela composição das bactérias que vivem dentro do intestino.

Tal como conta o site Science Alert, uma equipa descobriu que bebés com microbiomas intestinais menos equilibrados mostraram mais medo numa certa experiência, em comparação com bebés cujas bactérias intestinais eram, no geral, mais equilibradas.

Nessa experiência, mais de 30 crianças, com cerca de um ano de idade, foram surpreendidas por um investigador que usava uma série de máscaras como, por exemplo, de um cavalo, de um macaco ou de um extraterrestre.

Para cada bebé, os cientistas avaliaram a expressão facial, a angústia vocal, a expressão corporal, o comportamento de fuga e a resposta ao susto.

Curiosamente, quando estes resultados foram comparados com outro conjunto de dados do mesmo grupo de crianças (uma análise das suas fezes, recolhidas quando tinham um mês de vida e um ano), foi encontrada uma ligação entre a composição do seu microbioma intestinal e os seus níveis de medo na experiência.

Mais especificamente, menor abundância de Bacteroides e maior abundância de bactérias como Veillonella, Dialister, Bifidobacterium, Lactobacillus e um género não identificado de Clostridia foram associados a um comportamento de maior medo.

A equipa destaca que não há necessariamente algo de errado na resposta destes bebés, embora considerem que, em algum momento da vida, aprender como controlar o medo é um elemento importante para a saúde mental.

“As reações de medo são uma parte normal do desenvolvimento infantil. As crianças devem estar cientes das ameaças no seu ambiente e estar prontas para reagir. Mas se não puderem impedir essa reação quando estiverem seguras, podem correr um maior risco de desenvolver ansiedade e depressão mais tarde na sua vida”, explica Rebecca Knickmeyer, pediatra e neurocientista da Universidade Estadual do Michigan e uma das autoras do estudo publicado, a 2 de junho, na revista científica Nature Communications.

É importante destacar que este foi apenas um estudo piloto, com um grupo de amostra muito pequeno e pouco diversificado. “Como tal, estas descobertas devem ser tratadas com precaução até serem replicadas”, aconselham os cientistas.

ZAP //

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