O Irão detém uma quantidade de urânio enriquecido quase 16 vezes superior ao limite autorizado pelo acordo nuclear de 2015, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
A estimativa da AIEA, que esclarece não ter conseguido apurar o total, indica que a quantidade de urânio enriquecido detido pelo Irão atingiu 3.241 quilos, quando o limite estava fixado e 202,8 quilos, segundo o relatório consultado hoje pela France-Presse.
Esta quantidade de urânio enriquecido acumulado pelo Irão é já quase 16 vezes superior ao limite autorizado pelo acordo de 2015.
O responsável máximo da AIEA, Rafael Grossi, manifesta ainda, no documento, a sua preocupação sobre vários locais não declarados no Irão e pelo facto de as discussões técnicas entre Teerão e aquela agência “não terem produzido os resultados esperados”.
As reuniões, iniciadas em abril, tinham em vista esclarecer a possível presença de material nuclear em diversos locais, mas “a sua localização atual não é conhecida pela agência”, refere o documento.
No relatório anterior, de fevereiro, a autoridade nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) mencionava, sem especificar, um desses locais – um armazém no distrito de Turquzabad, na província de Teerão.
Agora, o relatório refere três locais no total e menciona um quarto para o qual “o Irão não respondeu às perguntas da agência”. O regime de Teerão tem vindo gradualmente a incumprir com os seus compromissos nucleares, desde 2019, em resposta ao restabelecimento de sanções pelos Estado Unidos, ainda sob a administração de Donald Trump.
Atualmente, decorrem em Viena, na sede da AIEA, negociações para o regresso dos Estados Unidos ao acordo, destinado a evitar que aquela República islâmica consiga tornar-se numa potência nuclear.
// Lusa