Uma equipa de investigadores encontrou concentrações anormalmente altas de Viagra, e outras drogas para a disfunção erétil, nas águas residuais de Seul, na Coreia do Sul.
De acordo com o estudo publicado na Scientific Reports no início de maio, o consumo destes estimulantes aumentou sobretudo aos fins de semana nos locais mais badalados da vida noturna da cidade.
Os especialistas indicam que o uso foi 31% superior nas zonas de diversão noturna do que em outras partes da cidade. Os níveis do medicamento sildenafil – mais conhecido pela marca Viagra – detetados nas águas residuais de Seul foram cerca de três a quatro vezes superiores aos encontrados em Bruxelas e duas a cinco vezes aos de Copenhaga.
O estudo diz ainda que os níveis dos medicamentos para disfunção erétil eram tão altos que as estações de tratamento de esgoto não conseguiam filtrá-los adequadamente para fora das águas residuais.
“A questão é que as instalações de esgoto existentes não são adequadas para filtrar drogas consumidas por humanos e uma grande quantidade de Viagra foi detetada em águas residuais”, referiu Kim Hyunook, professor da escola de engenharia ambiental da Universidade de Seul, e um dos dos autores do estudo, ao South China Morning Post.
A equipa analisou amostras de água de duas estações de tratamento de esgoto em Seul para medir a concentração de produtos químicos chamados inibidores da fosfodiesterase-5, ou PDE-5i, como sildenafil, tadalafil e vardenafil, que são prescritos principalmente para tratar a disfunção erétil.
Os investigadores informaram que as altas concentrações de PDE-5i encontradas nas águas residuais podem significar que “quantidades relativamente grandes” de PDE-5i foram consumidas sem receita médica.
Segundo o Insider, não foi especificado em que período o estudo foi conduzido, mas o relatório final foi apresentado este mês.
O mercado de Viagra na Coreia do Sul cresceu de cerca de 33 milhões de dólares para 45 milhões de entre 2012 e 2019, revela o estudo.
Além do Viagra, que é fabricado pela farmacêutica Pfizer – a mesma que produz vacinas contra a covid-19 -, a Coreia do Sul contempla mais de 50 outros medicamentos para o tratamento da disfunção erétil que são produzidos por empresas farmacêuticas nacionais.
A Coreia do Sul é conhecida por ter uma população que envelhece rapidamente, sendo que o secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico do país considerou este fator como o maior desafio da nação. Esta tendência também pode explicar o aumento do consumo de estimulantes sexuais.
Em 2015, um relatório da Grand View Research estimou que o mercado de medicamentos para disfunção erétil estaria a valer cerca de 3,2 mil milhões de dólares em 2022.
A próxima pescaria vai ser muito abondante, toca a preparar as redes !