Uma norte-americana que se encontra a recuperar de um transplante de fígado não só tem um novo órgão que provavelmente lhe salvou a vida, como também um que fez história.
Segundo a cadeia televisiva CNN, esta situação só foi possível graças a Cecil Lockhart, que morreu aos 95 anos, no passado dia 4 de maio, e que se tornou assim o mais velho dador de órgãos na história dos Estados Unidos.
“Estamos incrivelmente orgulhosos por ter tornado possível esta histórica doação de órgãos”, disse, em comunicado, Susan Stuart, a presidente do Center for Organ Recovery & Education (CORE).
“Este marco no campo da transplantação é só mais um exemplo do nosso legado pioneiro e do nosso compromisso com a inovação, que, nos últimos 40 anos, deram a seis mil pessoas nos Estados Unidos a oportunidade de salvar a vida de outras 15 mil como dadoras de órgãos”, disse ainda.
A estação norte-americana conta que Lockhart quis tornar-se dador de órgãos depois do seu filho, Stanley, ter salvado 75 pessoas através da doação de tecidos e de ter restaurado a visão de outras duas com a doação de córneas, após a sua morte em 2010.
No seu funeral, a família pediu a todos os presentes que se inscrevessem como dadores de órgãos para homenagear a sua memória. Até fevereiro deste ano, nos Estados Unidos, mais de 107 mil pessoas estavam à espera de um transplante de órgão.
De acordo com a CNN, um único dador pode salvar até oito vidas através da doação do seu coração, dos dois pulmões, do fígado, do pâncreas, dos dois rins e dos intestinos.
Em Portugal, segundo explica a Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), qualquer pessoa, ao falecer, é considerada um potencial dador de órgãos ou tecidos, “desde que, em vida, não se tenha manifestado contra esta possibilidade, nomeadamente através de inscrição no Registo Nacional de Não-Dadores”.
No entanto, explica a SPT, para que se possa proceder à doação de órgãos, é necessário reunir um conjunto de circunstâncias, nomeadamente “falecer num hospital”.