Um estudo da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, admite a possibilidade de tratamento do autismo, depois de testes realizados em ratos.
Na pesquisa, cujos resultados foram publicados esta semana na revista Neuron, os investigadores observaram uma redução nos comportamentos autistas dos animais, após a administração de uma substância em estudo.
“Fomos capazes de tratar os ratos depois da doença ter aparecido neles. Isto é crucial, porque o autismo não se torna aparente ao nascimento, mas revela-se mais tarde, na infância. Por isso, é necessário um tratamento após o diagnóstico”, disse o neurobiólogo da Universidade de Columbia David Sulzer.
Os investigadores explicam que o cérebro de uma pessoa autista tem um número muito maior de sinapses, as comunicações entre neurónios. Nos testes com ratos de laboratório, um medicamento usado para restabelecer o corte de sinapses no cérebro, a rapamicina, foi também eficaz para reverter comportamentos ligados ao autismo, tais como evitar interações sociais.
O principal autor do estudo referiu à agência France Presse que é possível “um tratamento muito eficaz“, apesar de ainda haver um longo trabalho pela frente.
Sulzer sublinha que muitos tratamentos bem sucedidos em animais não funcionam quando aplicados a humanos, e a substância usada nestes testes, um imunossupressor usado contra a rejeição de órgãos transplantados, teria, de facto, efeitos colaterais demasiado sérios para o organismo.
No entanto, está optimista de que poderá ser encontrada outra substância que possa ter o mesmo efeito nos humanos.
O estudo analisou tecidos do córtex cerebral, a partir de 48 cadáveres de indivíduos na faixa etária dos dois aos 20 anos, tendo-se detetado 26 com autismo.
/Lusa