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O lixo espacial está a bloquear a nossa visão das estrelas e do Universo

Um novo estudo alerta que o céu noturno está a ficar cada vez mais cheio de satélites brilhantes e lixo espacial, o que representa uma ameaça significativa à nossa visão do cosmos e à investigação astronómica. 

De acordo com o site Live Science, cientistas descobriram que mais de 9300 toneladas de objetos espaciais orbitam a Terra, incluindo satélites que já não funcionam e pedaços de foguetes espaciais, o que faz aumentar o brilho geral do céu noturno em mais de 10% em grandes partes do planeta.

Tal aumento significa que grandes áreas do planeta são vítimas desta poluição luminosa, tornando cada vez mais difícil para os astrónomos fazerem medições precisas e, consequentemente, aumentando a probabilidade de perderem descobertas significativas.

“Esperávamos que o aumento do brilho do céu fosse marginal, se é que havia algum, mas as nossas primeiras estimativas teóricas mostraram-se extremamente surpreendentes e, portanto, encorajaram-nos a relatar os nossos resultados já”, disse, em comunicado, Miroslav Kocifaj, investigador sénior da Academia Eslovaca de Ciências e um dos autores do estudo publicado, a 29 de março, na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

A equipa calculou a mudança no brilho ao desenvolver um modelo que tem em consideração o tamanho médio e o brilho de cada destroço espacial. De acordo com os investigadores, os satélites e o lixo espacial arruínam as imagens astronómicas ao espalhar a luz solar refletida e produzindo faixas brilhantes que são indistinguíveis (e muitas vezes mais brilhantes) dos objetos de interesse astrofísico.

“Ao contrário da poluição luminosa produzida aqui, este tipo de luz artificial no céu noturno pode ser visto em grande parte da superfície da Terra. Os astrónomos constroem observatórios longe das luzes da cidade para alcançar céus escuros, mas esta forma de poluição luminosa tem um alcance geográfico muito maior“, disse outro dos autores do estudo, John Barentine, diretor de políticas públicas da International Dark-Sky Association.

ZAP //

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