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No Canadá, os antimáscaras tentam recrutar pessoas de cor para se distanciarem do racismo

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Os membros antimáscaras estão a tentar recrutar pessoas de cor para defender o movimento das acusações de extrema-direita.

No Canadá, um organizador do movimento antimáscaras tem feito apelos em vários grupos anticonfinamento do Telegram, nos quais pede aos antimáscaras que partilhem a mensagem com os seus “amigos e familiares étnicos“, na esperança de que mais pessoas de cor se juntem ao movimento.

“Estamos à procura de nativos, asiáticos, negros, hispânicos, índios orientais e qualquer pessoa que não seja branca que gostaria de vir aos nossos comícios para apoiar os nossos direitos e liberdades”, lê-se no apelo, citado pela Vice.

“Estamos a tentar fazer com que as massas percebam que não somos um bando de supremacistas brancos racistas e defendemos o amor e a liberdade”, acrescenta.

Naheed Dosani, médico de cuidados paliativos e ativista da justiça de saúde, disse à Vice que este tipo de recrutamento ignora o facto de as pessoas de cor serem prejudicadas de forma desproporcional pela pandemia.

“A covid-19 não é um vírus de oportunidades iguais. Sabemos que está a ter um impacto significativamente desproporcional nas comunidades racializadas, especialmente nas pessoas que vivem em áreas de baixo rendimento e nos que são trabalhadores essenciais”, salientou.

Mas este não é o único apelo do género. Em páginas privadas no Facebook, há vários ativistas que partilham teorias que alegam que os meios de comunicação internacionais filmam e entrevistam apenas as pessoas brancas.

Drew, um investigador antifascista, garante que estes esforços não são novos. “Surgiram algumas vezes em resposta a críticas externas ou ataques de ativistas adversários, media e políticos”, explicou à Vice.

Apesar de o movimento antimáscaras não se encaixar na definição tradicional de “extrema-direita“, é difícil ignorar “o ódio dentro das suas fileiras”, escreve a Vice.

Recentemente, a jornalista Nora Loreto escreveu um artigo no qual relaciona as conexões entre a supremacia branca e o movimento anti-confinamento.

“Em Montreal, os comícios são muito semelhantes aos protestos de extrema-direita que marcaram as nossas ruas em 2017-2018 e não é muito surpreendente que, agora, com o sentimento popular a erguer-se contra o recolher obrigatório ineficaz, os ativistas anti-covid estabeleçam contacto com os jovens racializados para ajudar a limitar as relações públicas negativas“, sustentou.

Liliana Malainho, ZAP //

4 Comments

  1. O meu… os MEUS comentários (nesta notícia) foram feitos com bom senso e serenidade. Fiz uma crítica fundamentada. O meu… Os MEUS comentários não contiam qualquer teor racista, (muito pelo contrário!) xenófobo, não apelava ao ódio ou á violência, mas… se calhar violou o Estatuto Editorial do ZAP. Caso contrário teria sido publicado. Só não consigo perceber onde foi que violei o tal “Estatuto Editorial do Zap”… Nem vou ficar a perceber. Só se nesse Estatuto contiver “cláusulas” que vão contra a liberdade de expressão. Será? A Zap? Isso não pode ser!

  2. “Estamos a tentar fazer com que as massas percebam que não somos um bando de supremacistas brancos racistas e defendemos o amor e a liberdade”
    No mínimo, são um bando de imbecis!…

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