O CEO da Amazon admitiu que é preciso fazer mais pelos trabalhadores e revelou que um dos seus principais objetivos é fazer da empresa “o melhor empregador da Terra”.
As más condições de trabalho a que os trabalhadores da Amazon estão sujeitos têm feito correr muita tinta nos últimos tempos. Por isso, na sua mais recente carta anual endereçada aos acionistas da empresa, Jeff Bezos traçou alguns objetivos.
Segundo a organização noticiosa Quartz, que teve acesso ao documento, o CEO disse que o grande objetivo é tornar a Amazon “o melhor empregador da Terra e o lugar mais seguro da Terra para trabalhar”.
“Penso que precisamos de fazer um melhor trabalho relativamente aos nossos funcionários. (…) Para mim, tornou-se claro que necessitamos de uma melhor visão de como criar valor para os funcionários – uma visão para o seu sucesso”, escreveu.
De acordo com o Quartz, a missiva não dá muitos detalhes sobre como essa visão poderá ser, no entanto, uma das medidas será o desenvolvimento de um “novo sistema automatizado de agendamento de horários” que irá permitir que os trabalhadores alternem entre diferentes tarefas para evitar lesões por movimentos repetitivos.
Bezos escreveu também que a empresa irá trabalhar para melhorar a satisfação dos funcionários, “continuando a liderar em termos de salários, de benefícios, de oportunidades de requalificação e de outras formas que iremos descobrir ao longo do tempo”.
Apesar de admitir que a Amazon precisa de fazer algumas mudanças, o líder da gigante tecnológica aproveitou também para defender a empresa de algumas das críticas mais frequentes.
Após trabalhadores de armazéns terem falado à imprensa de objetivos de produtividade esgotantes que podem levar a lesões e de terem dito que têm pouco tempo para fazer coisas básicas como, por exemplo, ir à casa de banho, Bezos afirma que a Amazon permite aos trabalhadores pausas informais, bem como pausas de 30 minutos nos seus horários.
O CEO garantiu ainda que que os objetivos de produtividade são razoáveis. “Estabelecemos objetivos de desempenho exequíveis e que têm em conta os dados relativos à função e ao desempenho dos funcionários”, escreveu.
Segundo o mesmo site, Bezos também considerou que as recentes notícias sobre as alegadas más condições de trabalho estão, na verdade, a depreciar os próprios trabalhadores, em vez de fazer alegações contra a empresa.
“Ao ler algumas das notícias, parece que não nos importamos com os funcionários. Nessas notícias, os nossos funcionários são acusados, por vezes, de serem almas desesperadas e tratados como robôs. Isso não é correto. Eles são pessoas sofisticadas e refletivas que têm opções de onde trabalhar”, disse ainda.