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Físicos criaram um novo e extremamente raro tipo de urânio

Físicos criaram um novo e extremamente raro tipo de urânio, considerada a versão mais leve de um átomo daquele elemento. Os investigadores realçam que a sua produção “é muito difícil”.

Uma equipa de investigadores produziu a versão mais leve de sempre de um átomo de urânio. Enquanto mais de 99% do urânio natural do mundo — conhecido como urânio-238 — tem 146 neutrões, o elemento químico recriado pelos físicos da Academia Chinesa de Ciências tem 122 neutrões.

O urânio é um elemento natural e comum, muito mais abundante do que, por exemplo, a prata. Trata-se do elemento com o núcleo atómico mais pesado existente na natureza. Devido à radioatividade deste metal, a sua maior aplicação está em gerar energia nuclear. Além disso, o urânio é utilizado na datação de rochas e armamento nuclear.

Zhiyuan Zhang e os seus colegas da Academia Chinesa de Ciências produziram o novo isótopo através de um processo demorado envolvendo amostras de tungsténio com poderosos feixes de argónio e cálcio até que os átomos se fundissem. Depois escolheram os átomos de urânio-214 da amostra usando um dispositivo magnético.

“A produção destes átomos é muito difícil, porque nem toda as colisões podem produzir o que queremos”, diz Zhang, citado pela New Scientist. “Cerca de 1018 partículas foram entregues para colidir com o alvo, mas apenas dois núcleos de urânio-214 foram produzidos e separados com sucesso”.

Os resultados são explicados pelos investigadores num estudo publicado recentemente na revista científica Physical Review Letters.

Os testes mostraram que provavelmente as interações entre protões e neutrões nestes átomos são mais poderosas do que em outros.

“A nossa descoberta pode ser a primeira evidência experimental de que a forte interação protão-neutrão pode desempenhar um papel importante no declínio alfa em [núcleos pesados]”, diz Zhang.

Daniel Costa, ZAP //

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