Após cinco anos de silêncio, sauditas e iranianos terão iniciado conversações

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A guerra civil no Iémen estende-se desde março de 2015

Cinco anos depois de terem rompido as relações diplomáticas, a Arábia Saudita e o Irão terão iniciado contactos no Iraque.

Este mês, responsáveis sauditas e iranianos terão iniciado conversações numa tentativa de aliviar as tensões, principalmente em relação à guerra no Iémen. A informação foi avançada ao Financial Times por um alto responsável iraniano e duas fontes regionais.

As negociações, que terão decorrido a 9 de abril no Iraque, são consideradas as primeiras discussões significativas entre as duas nações desde 2016 e acontecem no momento em que Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, procura reviver o acordo nuclear que o Irão assinou com potências mundiais em 2015.

De acordo com as fontes, o encontro não resultou em nenhum avanço substancial, tratando-se apenas de uma reunião para “explorar se poderá haver um modo de aliviar a tensão na região”.

Uma fonte disse ao diário britânico que o encontro se focou na guerra no Iémen, onde os dois rivais levam a cabo uma guerra por procuração, com uma coligação chefiada pela Arábia Saudita a combater rebeldes houtis alinhados com o Irão, desde março de 2015.

A mesma fonte adiantou que a reunião foi feita a pedido do Iraque. O processo estará a ser facilitado pelo primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kadhimi, que se reuniu com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, no início do mês.

A segunda fonte regional disse que a reunião tinha incidido também sobre o Líbano, que enfrenta um vazio político e uma enorme crise financeira.

O Financial Times escreve, ainda, que um alto funcionário saudita negou que as conversações tivessem tido lugar. Um diplomata ocidental na região disse que os Estados Unidos e o Reino Unido tinham conhecimento do avanço de conversações, mas não do seu resultado.

As relações entre a Arábia Saudita, que se considera o líder do mundo muçulmano sunita, e o Irão, a principal potência xiita da região, deterioraram-se em janeiro de 2016 depois da invasão da sua embaixada saudita em Teerão.

A tensão aumentou em 2018, depois de o ex-Presidente norte-americano Donald Trump ter retirado unilateralmente os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão e ter imposto sanções à república islâmica.

Liliana Malainho, ZAP //

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