/

Quadro de Van Gogh que passou mais de 100 anos “escondido” atinge recorde em leilão em França

Yoan Valat / EPA

O quadro “Scène de Rue à Montmartre”, nunca antes exposto, foi leiloado, esta quinta-feira, em Paris, por 13 milhões de euros, um recorde em França para o pintor neerlandês.

Datado de 1887, o quadro foi pintado durante os dois anos em que Vincent van Gogh viveu em Paris. A tela tinha sido já identificada em catálogos (por fotografias a preto e branco), mas nunca foi exibida, desde sua aquisição por uma família francesa por volta de 1920.

O quadro foi comprado por 13.091.250 euros (despesas incluídas), sendo um recorde para o artista em França, realçou a leiloeira Sotheby’s, que organizou esta venda por vídeo.

Em 2017, a tela “Ploughman in a Field” (1889), também de Van Gogh, correspondendo ao seu período provençal, o mais colorido e também o mais popular, atingiu 81 milhões de dólares norte-americanos na Christie’s, em Nova Iorque.

A Sotheby’s e a casa de leilões Mirabaud-Mercier, que descobriram a tela hoje leiloada, “Scène de Rue à Montmartre” (“Cena de Rua em Montmartre”), apresentaram-na publicamente em fevereiro, pertencendo à rara série de pinturas que representam o mítico Moulin de la Galette.

A obra foi mantida durante um século pela mesma família francesa, cuja identidade não foi divulgada.

“A venda deste magnífico quadro transportado por uma atmosfera elétrica é um daqueles momentos mágicos que nos é dado viver numa casa de leilões”, sublinharam em comunicado Aurélie Vandevoorde, leiloeira da venda, Etienne Hellman, diretor do departamento de arte impressionista e moderna, e Pierre Mothes, vice-presidente da Sotheby’s France.

A tela representa um moinho de pimenta, um dos moinhos Galette, atrás de paliçadas, contra um fundo de um céu de inverno cinza-azulado. Em primeiro plano, um casal caminha e duas crianças brincam.

No itinerário do pintor neerlandês (1853-1890), esta pintura marca um ponto de inflexão, um expressionista a partir de um uso da cor que visa criar uma impressão para além da transcrição da realidade.

“É um testemunho de Montmartre no final do século XIX”, sublinhou Aurélie Vandevoorde. “Os parisienses passeavam e divertiam-se no parque do Moulin de la Galette, mas Van Gogh era mais sensível ao lado bucólico do que à representação dos cabarés”.

// Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.