Enquanto Portugal dá continuidade ao seu plano de desconfinamento, uma grande parte do resto da Europa aperta as suas medidas de restrição.
Portugal já deu início ao plano de desconfinamento, com o Governo a entender que havia condições para um alívio gradual das restrições. Ainda assim, António Costa referiu que caso começasse a haver um aumento dos números relacionados com a covid-19, poderia haver um retrocesso.
Os números sustentam a decisão do Executivo. Esta quinta-feira, Portugal era o país da União Europeia com a menor taxa de incidência de covid-19. Nas duas últimas semanas, Portugal registou uma incidência de 93 casos de infeção por 100 mil habitantes, segundo o relatório do Centro Europeu de Controlo de Doenças. Portugal é também o oitavo país da União Europeia com menos mortes por covid-19.
Enquanto Portugal desconfina, outros países da Europa apertam as suas restrições com o intuito de travar a vinda de uma “terceira vaga”.
França vai confinar parcialmente a partir da meia-noite desta sexta-feira, com 21 milhões de pessoas de 16 zonas do país a ficarem em casa. O primeiro-ministro francês alertou que uma eventual terceira vaga é cada vez mais uma possibilidade. Ainda assim, as medidas adotadas vão ser mais leves do que aquelas que foram impostas no confinamento de novembro do ano passado.
Na Alemanha, o confinamento mantém-se, pelo menos, até à Páscoa, escreve o Público. Esta sexta-feira, o ministro da Saúde germânico, Jens Spahn, explicou que a decisão está relacionada com os indicadores epidemiológicos recolhidos nas últimas semanas.
As estirpes do vírus que circulam na Alemanha, mais contagiosas, são as principais responsáveis pelo elevado número de contágios recentemente registados.
No mesmo sentido, a Itália decretou o endurecimento de restrições na semana passada para conter os contágios até 6 de abril, e todas as regiões que superem a incidência semanal de 250 contágios por cada 100.000 habitantes vão passar a “zona vermelha”, um confinamento duro com todas as lojas não essenciais encerradas.
Desde 15 de março, 10 regiões e a província autónoma de Trento — cerca de 40 milhões de italianos — estão neste tipo de confinamento, e o resto do país está em zona de risco médio. A ilha da Sardenha, a única região que praticamente não tinha limitações, pode também passar para a “zona laranja”, de risco intermédio, a partir da próxima segunda-feira, segundo a imprensa italiana.
Na Polónia, o ministro da Saúde, Adam Niedzielski, anunciou o encerramento de lojas, hotéis e outros espaços a partir de domingo.