Uma equipa de arqueólogos franco-noruegueses descobriu novas ruínas cristãs no deserto ocidental do Egito, revelando detalhes sobre a vida monástica na região no século V d.C, informou o Ministério do Turismo e Antiguidades.
Em comunicado, Victor Ghica, chefe da missão, disse que as ruínas, 19 estruturas e a igreja, foram descobertas em 2020 e que revelam pormenores sobre as primeiras reuniões monásticas no Egito, há mais de 1.500 anos.
O arqueólogo divulgou que o antigo complexo cristão era composto por seis setores que contêm 19 câmaras esculpidas na rocha, uma igreja que mantém a sua estrutura, duas câmaras esculpidas na rocha com escrituras religiosas, um refeitório, a residência de monges e os seus quartos, várias peças de cerâmica com escrituras gregas e panos.
As paredes da igreja foram decoradas com “inscrições religiosas” e passagens bíblicas em grego, revelando “a natureza da vida monástica na região”, referiu Ghica. Segundo o Ancient Origins, o especialista disse ainda que estes detalhes mostram de forma clara que os monges estavam presentes no local desde o século V d.C.
Também o Ministério responsável frisou que a descoberta é muito importante, pois revela informações até então desconhecidas sobre o planeamento dos primeiros edifícios monásticos e a formação das primeiras congregações monásticas no Egito.
Localizada no deserto a sudoeste da capital, Cairo, a região foi ocupada entre os séculos IV e VIII, com provável pico de atividade por volta dos séculos V e VI, de acordo com o Instituto Francês de Arqueologia Oriental.
O monaquismo cristão surgiu pela primeira vez no Egito no início do século IV, começando com a ascensão de Santo Antão, que organizou uma espécie de vida monástica para os seus discípulos por volta do ano 305. Quando Santo António morreu (entre 356 e 357), dois tipos de monaquismo acabaram por florescer no Egito.
Como avança o The Guardian, o Cairo anunciou várias novas descobertas arqueológicas nos últimos meses com a esperança de estimular o turismo, um setor que sofreu vários golpes devido à pandemia do novo coronavírus.
Não se trata de Santo António mas sim de Santo Antão