O Governo britânico foi advertido por cientistas para resistir a acelerar o desconfinamento. Na Grécia, o ministro do Turismo anunciou que o país planeia reabrir o turismo a partir de 14 maio.
O Reino Unido registou 231 mortes e 5766 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, divulgou o Governo britânico, que foi advertido por cientistas, esta terça-feira, para resistir aos apelos para acelerar o desconfinamento.
Numa audição perante a comissão parlamentar de Ciência e Tecnologia, o diretor geral de Saúde de Inglaterra, Chris Whitty, disse que o levantamento apressado das medidas de restrição seria “perigoso” e “colocaria em risco vidas” entre os setores mais vulneráveis da população que ainda não foram vacinados.
“Muita gente pode acreditar que acabou. É muito fácil esquecer a rapidez com que as coisas podem piorar”, alertou o especialista, que disse que será inevitável sofrer um novo aumento no número de casos de coronavírus.
No total, morreram no Reino Unido 124.797 pessoas entre 4.228.998 casos de contágio confirmados desde o início da pandemia. O balanço sobe para 143.259 mortes se forem somados os casos cujas certidões de óbito fazem referência ao novo coronavírus como fator contributivo.
Até esta terça-feira 22.592.528 pessoas receberam a primeira dose da vacina, das quais 1.181.431 receberam uma segunda dose, a qual é administrada com um intervalo de até 12 semanas.
Grécia planeia reabrir turismo a 14 de maio
No mesmo dia, o ministro do Turismo grego, Harry Theocharis, anunciou que o país planeia reabrir o turismo a partir de 14 maio para viajantes vacinados, com anticorpos ou com teste negativo para a covid-19.
O anúncio da reabertura do turismo – pilar da economia grega, ao representar entre 25% a 30% do PIB –, coincidiu com o terceiro pior dia do país desde o início da pandemia, ao registar 3125 novos casos, o maior número num dia no ano de 2021.
Theocharis explicou que todos os turistas podem ser submetidos a testes aleatórios à chegada, na apresentação da campanha “All you want is Greece” (“Tudo o que você quer é a Grécia”) no Museu da Acrópole de Atenas, durante a sua participação à distância na Feira Internacional de Turismo de Berlim.
O ministro garantiu que, se a situação epidemiológica o permitir, a Grécia vai tentar “implementar um programa piloto” a partir de abril, quando pode receber turistas da União Europeia e de países onde a campanha de vacinação tenha progredido notavelmente, como Israel, com o qual Atenas assinou um acordo bilateral para promover o turismo, em fevereiro.
O responsável pela pasta do Turismo frisou que, uma vez vacinada a população mais vulnerável, as autoridades vão dar prioridade aos trabalhadores do setor do turismo.
Atualmente, a Grécia está a vacinar cidadãos com mais de 60 anos e profissionais de saúde, tendo sido administradas até agora 1.126.060 doses, sendo que cerca de 3,4% da população recebeu as duas doses.
Além disso, Theocharis assegurou que os custos de hospitalizações ou outras medidas necessárias para proteger a saúde dos turistas, trabalhadores e cidadãos serão suportados pelo Estado grego.
Para poder efetivar a abertura do turismo, a Grécia terá de reabrir o lazer, hotéis, restaurantes, bares e cafés, encerrados exceto para entregas ao domicílio há quatro meses, quando começou o confinamento ainda em vigor no país, ainda sem data definida para o fazer.
Ao número recorde de infeções desta terça-feira, soma-se o aumento de pacientes que precisam de respiração assistida, 484, e a pressão que isso implica para a saúde pública. Na região capital de Ática, por exemplo, a taxa de ocupação de camas para pacientes com covid-19 chega atualmente aos 91%, o que significa que vários hospitais não podem acolher nem mais um doente.
Por enquanto, e pelo menos até 16 de março, o confinamento parcial continua em dois níveis em todo o país, com medidas como a restrição da área onde se pode fazer compras ou outras providências, o encerramento do comércio não essencial e recolher obrigatório.
Até agora, a Grécia registou um total de 209.462 contágios e 6843 mortes.
Itália soma quase 20 mil casos diários
Itália registou 19.749 novos contágios pelo novo coronavírus e 376 óbitos associados à covid-19 nas últimas 24 horas, foi divulgado esta terça-feira, num momento em que o país verifica igualmente um aumento significativo das hospitalizações.
Com o registo destes novos contágios, o país totaliza, até à data, 3.101.093 casos de pessoas que ficaram infetadas, de acordo com o boletim informativo do Ministério da Saúde.
Com a contabilização dos novos óbitos, o número total de mortes recenseadas no território italiano desde o início da crise pandémica, em fevereiro de 2020, situa-se agora nos 100.479, de acordo com a mesma fonte. No que diz respeito aos recuperados, o país regista um total de 2.521.731, um aumento de 12.999 recuperações face ao dia anterior.
Existem 478.883 casos positivos de covid-19 que estão atualmente ativos em Itália, um aumento de 6350 casos em relação a segunda-feira, indicador que influencia a pressão exercida sobre os hospitais italianos, pressão essa que tem vindo a aumentar nas últimas semanas.
Dos casos positivos atualmente ativos em Itália (a grande maioria são doentes que estão nas respetivas casas com sintomas ligeiros da doença ou estão assintomáticos), 25.149 são pessoas que estão hospitalizadas (mais 562 em relação à véspera), existindo 2756 doentes em unidades de cuidados intensivos, mais 56 pacientes em comparação aos indicadores de segunda-feira.
A campanha de vacinação em Itália prossegue e já foram administradas 5.668.373 doses em todo o país, número que inclui sobretudo profissionais do setor da saúde e idosos com mais de 80 anos. Destas pessoas, 1.721.194 já receberam as duas tomas da vacina.
Perante os indicadores atuais, o Governo italiano, agora liderado por Mario Draghi, estuda novas medidas restritivas para tentar travar a propagação do vírus.
Os media italianos estão a avançar que uma das hipóteses em estudo é decretar um confinamento a nível nacional durante os fins-de-semana, uma fórmula que já foi aplicada durante a época do Natal, mas, até ao momento, não há qualquer confirmação oficial.
A pandemia da covid-19 provocou pelo menos 2.593.872 mortos no mundo, resultantes de mais de 116,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Só na Europa, a doença já fez 878.311 mortes em 38.809.591 casos.
ZAP // Lusa