Estafetas que trabalham para empresas de entregas ao domicílio revelaram que as agressões e os assaltos aumentaram com a pandemia e queixam-se de falta de apoio.
Em declarações ao Jornal de Notícias, vários estafetas contam que, à medida que cresce o número de encomendas através destas aplicações, como a Uber Eats e a Glovo, aumentam também as emboscadas, as agressões e os roubos com facas e pistolas.
Um desses casos, recorda o diário, remonta ao verão do ano passado, na zona do Barreiro. Dois homens, que agora se encontram em prisão preventiva, cometeram dez assaltos contra estafetas. O esquema consistia em encomendar comida e, à chegada, a dupla ameaçava estes trabalhadores com uma faca, exigindo-lhes bens e dinheiro.
Ao JN, os estafetas queixam-se de falta de apoio por parte das empresas a quem prestam estes serviços, algo negado pelas mesmas. Tanto a Glovo como a Uber Eats garantiram que a segurança dos estafetas é sempre uma “prioridade” e explicaram quais são as ferramentas que se encontram à sua disposição neste tipo de casos.
No caso da Glovo, o diretor-geral, Ricardo Batista, garantiu que os funcionários são ressarcidos “sempre que são afetados no decurso das entregas” e que têm disponível “uma apólice de seguro adicional, sem custos”, cuja cobertura inclui, por exemplo, “lesões que possam ocorrer durante as entregas, bem como o reembolso de despesas médicas, se necessário”.
A Uber Eats também referiu o “seguro de proteção cujo custo é assegurado pela empresa” e lembrou que os trabalhadores “podem cancelar livremente uma entrega por razões de segurança” e que “têm uma aplicação que foi desenhada para assegurar que todos os parceiros podem beneficiar de várias funcionalidades”.