Turcos vão às urnas este domingo nas primeiras eleições presidenciais por voto direto na História do país.
As assembleias de voto abriram hoje às 8h (6h em Lisboa) na Turquia para a primeira volta das eleições presidenciais, as primeiras em que o chefe de Estado é eleito por sufrágio direto e que devem confirmar Recep Erdogan na liderança do país.
Um total de 53 milhões de eleitores é chamado a votar em mais de 165.000 assembleias de voto. As urnas encerram às 17 (15h em Lisboa).
A disputa é entre três candidatos, incluindo o atual primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, o pouco conhecido diplomata Ekmeleddin Ihsanoglu e o político curdo Selahattin Demirtas. Se nenhum dos candidatos obter mais de 50% dos votos, uma segunda volta será realizada no dia 24 de agosto.
Recep Erdogan, 60, diz que, se for eleito, transformará o cargo de Presidente, em grande parte cerimonial, na potência executiva do país. Erdogan é primeiro-ministro desde 2003 e está impedido de concorrer novamente ao cargo.
O correspondente da BBC Mark Lowen, em Ancara, diz que Erdogan é uma figura que causa divisões, adorado por seus partidários por transformar a economia, mas odiado pelos críticos por um estilo de confronto e tendências islâmicas.
No seu último comício na cidade de Konya, este sábado, Erdogan prometeu desenvolver os príncipios democráticos e a economia da Turquia para criar um “líder mundial e uma potência global”.
“Não há nenhum sonho inatingível ou objetivo inatingível para esta nação”, disse.
A Turquia – cercada pelos conflitos no Iraque, Síria e Ucrânia – é uma importante aliada do Ocidente, afirma o correspondente da BBC, descrevendo que quem se tornar chefe de Estado vai assumir um país com uma posição geopolítica chave.
A oposição
Ekmeleddin Ihsanoglu, 71, é o candidato conjunto dos dois principais partidos de oposição no Parlamento, o partido de centro-esquerda CHP (Partido Republicano do Povo) e o de extrema direita MHP (Partido do Movimento Nacionalista).
Ex-secretário-geral da Organização de Cooperação Islâmica entre 2004 e este ano, Ihsanoglu prometeu defender o papel tradicional do presidente, insistindo que não cabe ao chefe de Estado se envolver no dia-a-dia da política.
Selahattin Demirtas, 41, é um político bem conhecido da minoria curda e líder do partido esquerdista HDP. Correspondentes dizem que ele tem focado sua campanha em defender a causa de oprimidos, pobres, jovens e classes trabalhadoras.
Demirtas realizou seu último comício na cidade de Izmir. “Não podemos construir a nossa união acusando um ao outro. Vamos mostrar nossas cores nas urnas amanhã com nossas identidades e crenças oprimidos”, disse.
ZAP / BBC / Lusa