Análise ao que fez diferença no Brasileirão 2020: o plantel do Flamengo, que é melhor do que o elenco de todos os outros clubes.
O Brasileirão 2020 – que só terminou em 2021 – teve um campeão “mistério” até aos últimos segundos da última jornada e um campeão que, há poucas semanas, era pouco provável que saltasse para o primeiro lugar. O Flamengo conseguiu o título pela segunda época consecutiva mas nunca liderou o campeonato até à penúltima jornada.
Basta lembrar que, há pouco mais de um mês, em janeiro, quando arrancou a 30.ª jornada, a equipa do Rio de Janeiro estava no quarto lugar, embora a quatro pontos do líder São Paulo. Mas tinha à sua frente, além do São Paulo, o Atlético Mineiro e o Internacional.
Depois de Doménec Torrent (Jorge Jesus saiu pouco antes do início do Brasileirão) e do interino Maurício Souza, a escolha foi uma figura do rival São Paulo, Rogério Ceni. O antigo guarda-redes teve um arranque irregular mas com o passar do tempo as exibições e os resultados estabilizaram, melhoraram e o Flamengo voltou a ser campeão.
O que fez a diferença? O plantel, segundo o especialista Galvão Bueno: “É um campeonato marcado pela tragédia da pandemia, mas também pelo VAR, pela modernidade, por uma surpresa atrás da outra. O Flamengo ganhou com méritos, mas ganhou por ter um plantel bem superior aos outros“.
Num programa da Globo, Galvão elogiou o trabalho de Ceni no Maracanã e disse que prevê um futuro de sucesso para o treinador: “Rogério pode dar mais como técnico, mas acho que ficou a marca dele. As mudanças que ele fez, quando ele se acalmou um pouco, encontrando o lugar do Diego (ex-FC Porto), que está a jogar muito bem. O meio-campo com Diego, Everton, Gerson e Arrascaeta é sensacional”.
Galvão Bueno não esqueceu o anterior líder do Flamengo, campeão em 2019. Mas, se a decisão fosse sua, não iria recuperar Jorge Jesus: “Rogério tem muito a crescer, consigo até vê-lo na seleção brasileira. Não o trocaria pelo Jorge Jesus“.
Jesus saiu do Flamengo em julho, dois dias depois de ter conquistado o Campeonato Carioca diante do Fluminense, para regressar ao comando técnico do Benfica.