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Biden assume leme dos EUA. Trump concede 140 perdões (e pede que se “reze” pelo sucessor)

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Joe Biden assume esta quarta-feira o leme dos Estados Unidos. Porém, antes de sair, o Presidente cessante, Donald Trump, perdoou e comutou penas a mais de 140 pessoas.

Nas horas finais da sua presidência, Donald Trump perdoou 73 pessoas, incluindo o seu ex-conselheiro Steve Bannon, que enfrenta acusações de fraude. Outras 70 pessoas tiveram as suas sentenças comutadas.

De acordo com a BBC, Steve Bannon foi um importante estrategista e conselheiro de Trump durante a sua campanha de 2016, acusado em agosto do ano passado de fraude numa campanha de angariação de fundos para construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México.

O rapper Lil Wayne recebeu um perdão e houve comutações para Kodak Black e o ex-autarca de Detroit Kwame Kilpatrick.

Lil Wayne confessou ser culpado de uma acusação federal de porte de armas no ano passado e foi perdoado. Kodak Black, que também foi acusado de crimes com armas de fogo, teve a sua sentença de três anos e 10 meses comutada.

Além disso, Kwame Kilpatrick foi condenado em 2013 a 28 anos de prisão sob a acusação de extorsão e suborno durante o seu mandado como autarca de Detroit entre 2002 e 2008. A sua sentença foi comutada.

Já Anthony Levandowski recebeu o perdão total de uma sentença de 18 meses. O ex-engenheiro da Google, admitiu ter roubado tecnologia secreta relacionada com carros autónomos da empresa.

O Presidente não concedeu perdões preventivos a si mesmo ou aos seus familiares. Trump ainda pode emitir mais indultos na manhã desta quarta-feira, uma vez que permanece no cargo até que Biden faça o juramento de posse fora do Capitólio.

Trump pede que americanos “rezem” pelo novo Governo

Num discurso de despedida à nação esta terça-feira, Donald Trump tentou destacar os sucessos do seu Governo, numa altura em que está implicado num julgamento de impeachment sob a acusação de incitar uma insurreição.

Trump apelou também aos americanos para “rezar” pelo novo Governo.

“Esta semana, inauguramos um novo Governo e oramos pela seu sucesso em manter a América segura e próspera”, disse Trump, que não deverá comparecer à posse do presidente eleito Joe Biden, citado pela NBC News.

“Fizemos o que viemos fazer aqui – e muito mais”, referindo-se às conquistas legislativas conservadoras do governo, reforma da justiça criminal, ganhos no mercado de ações, benchmarks económicos e nomeações judiciais recorde. “Acima de tudo, reafirmamos a ideia sagrada de que, na América, o Governo responde ao povo”.

Trump falou novamente contra a rebelião no Capitólio após ter sido universalmente condenado por incitar a multidão. “Todos os americanos ficaram horrorizados com o ataque ao nosso Capitólio. A violência política é um ataque a tudo que prezamos como americanos”, afirmou. “Isso nunca pode ser tolerado.”

Trump disse ainda que o país “deve ser sempre uma terra de esperança, luz e glória para todo o mundo”, enquanto também elogiou os esforços de imigração de linha dura do Governo e o seu muro de fronteira há muito prometido, que ficou aquém do que Trump inicialmente prometido.

Biden empossado numa Washington deserta e vigiada

Joe Biden toma posse esta quarta-feira como Presidente dos Estados Unidos, numa Washington deserta, por causa da pandemia, e invadida por 25 mil soldados, por causa da segurança.

Os habitantes de Washington foram convidados a ficar em casa e a acompanhar virtualmente a cerimónia de tomada de posse de Joe Biden como 46.º Presidente dos Estados Unidos, para não correrem riscos sanitários, por causa da pandemia de covid-19, ou de segurança, lembrando ainda o ataque ao Capitólio, no passado dia 6.

Quem já prometeu que não ficará sequer em Washington é o Presidente cessante, Donald Trump, que assistirá à cerimónia a partir do seu clube em Mar-a-Lago, na Florida, rompendo com a tradição de estar presente na transferência de poderes.

A tradição diz que o Presidente cessante e a primeira-dama dão as boas-vindas ao novo casal presidencial na manhã da cerimónia de investidura, antes de todos se deslocarem desde a Casa Branca até ao Capitólio.

O Governo cessante estará representando pelo seu vice-preseidente, Mike Pence, que já telefonou à sua sucessora, Kamala Harris, dando-lhe os parabéns pela vitória nas eleições de 3 de novembro, ao contrário do que Trump fez com Biden.

Daniel Irungu / EPA

Para além das questões de segurança, que obrigaram à convocação de um enorme efetivo da Guarda Nacional, a tomada de posse fica marcada pela pandemia de covid-19, que já tinha dominado a campanha eleitoral e que agora obriga a medidas de restrição no protocolo da cerimónia.

Sem público a assistir presencialmente, o evento passa para o registo virtual, acompanhado por um programa televisivo que será transmitindo em direto e em simultâneo por vários canais, conduzido pelo ator Tom Hanks e em que a cantora Lady Gaga entoará o hino nacional e o momento musical fica a cargo da latina Jennifez Lopez

Logo a seguir ao juramento, Biden deverá colocar uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, no cemitério nacional de Arlington, ao lado dos seus três antecessores, que estarão presentes em todos os momentos da tomada de posse: Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama.

No regresso do cemitério, a procissão presidencial parará a algumas centenas de metros da Casa Branca e Joe Biden poderá caminhar até à sua nova residência.

O novo Presidente poderá então anunciar as suas primeiras decisões presidenciais, das quais foi dando já alguns sinais, nomeadamente anunciando que deverá usar alguns decretos para dar um primeiro impulso ao seu programa político.

Maria Campos, ZAP // Lusa

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