Uma equipa de investigadores descobriu um anticorpo que bloqueia a propagação do vírus da dengue dentro do corpo. Pode ainda permitir novos tratamentos para outros flavivírus, como o Zika e o Nilo Ocidental.
A infeção é provocada por um flavivírus e transmite-se através da picada dos mosquitos Aedes Aegypti, infetados com o vírus, não ocorrendo transmissão de pessoa para pessoa.
Não existe um tratamento específico nem uma vacina para esta doença. Entre 50 e 100 milhões de pessoas são infetadas por ano, com os sintomas a variarem entre febre, vómitos e dores musculares. Nos piores casos, pode mesmo levar à morte.
Como há quatro estirpes do vírus, a construção de anticorpos contra uma das estirpes pode deixar as pessoas mais vulneráveis à infeção por outra estirpe.
O anticorpo descoberto pela equipa de investigadores, chamado 2B7, bloqueia fisicamente a proteína NS1 – usada pelo vírus da dengue para se agarrar às células protetoras à volta dos órgãos -, impedindo-a de se ligar às células e retardando a propagação do vírus.
Além disso, como ataca diretamente a proteína, é eficaz contra todas as quatro estirpes do vírus, realçam os autores num comunicado citado pela EurekAlert.
O anticorpo mostrou ser eficaz em ratos, evitando a propagação da dengue. Os resultados do estudo foram publicados este mês na revista Science. O artigo sugere que esse mesmo anticorpo pode oferecer novos tratamentos para outros flavivírus, como por exemplo o Zika e o Nilo Ocidental.