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Mayan diz que “país não aguenta novo confinamento”. Já Tino garante que se “o povo” for para casa também vai

Pedro Pina / RTP / Lusa

Debate televisivo entre Vitorino Silva e Tiago Mayan

O terceiro e último debate do dia de ontem foi entre Vitorino Silva e Tiago Mayan Gonçalves. A discussão entre os dois candidatos centrou-se na pandemia, num possível novo confinamento, no papel dos privados e na reestruturação da TAP.

Tiago Mayan Gonçalves fez as honras ao iniciar um debate que ficou marcado pela tranquilidade.

Numa altura em que é colocada em cima da mesa a hipótese do país voltar a fechar, o candidato da IL reitera que Portugal “não aguenta mais um confinamento generalizado”, e sublinha que se situa contra a implementação de um novo estado de emergência.

Perante os elevados números de infeções e mortes que Portugal tem apresentado nos últimos três dias, Mayan Gonçalves sugere que estes podem ser consequência dos ajuntamentos causados pelas restrições aplicadas aos últimos fins de semana, dizendo ainda, que neste aspeto, “o Governo perdeu o rasto”.

É a aplicação de novas medidas de combate à pandemia, o primeiro ponto em que os dois candidatos se apresentam com opiniões diferentes.

Vitorino Silva concorda com um novo confinamento geral e realça que o mais importante é garantir a segurança da população: “temos de proteger a nossa gente”, afirma o candidato de Rans, que questionado sobre o adiamento das presidenciais, devido ao atual contexto pandémico, diz já ter dado essa sugestão a Marcelo Rebelo de Sousa numa reunião em Belém. “Se o país fechar, também temos de fechar os políticos”, refere.

O debate transmitido na RTP3, e moderado por Carlos Daniel, ficou também marcado por uma discussão sobre o papel dos privados ao longos dos últimos meses. Neste campo, os candidatos mantiveram uma postura muito semelhante defendendo a presença destas instituições de saúde no SNS.

Porém, para Tiago Mayan Gonçalves, “o estado não tem usado os dinheiros públicos de forma correta na área da saúde”, e lamenta que este não esteja a “garantir acesso aos serviço de saúde, mas sim a dar acesso a listas de espera”. O liberal insiste que o Governo português cometeu um erro ao abdicar do apoio dos privados e que agora está a “pagar a fatura”.

Já o candidato do RIR, defende que uma ligação com os privados deveria ter ocorrido “logo no início” da pandemia. Ainda assim, elucida que vai “sempre ao público”, mas revela não ser “contra” os privados. Tino de Rans afirma que a saúde é uma prioridade e sugere que se não há dinheiro para cobrir as necessidades desta área, “se deve retirar de outro lado”.

A reestruturação da TAP foi outro assunto que colocou os opositores em lados diferentes.

O ex-presidente da Junta de Freguesia de Rans, diz ser a favor da injeção de capital na companhia aérea, pois considera-a “um símbolo”, porém realça que não quer que “façam na TAP, o que fizeram no Novo Banco”.

Por outro lado, Mayan Gonçalves considera que o apoio à transportadora portuguesa é “um exagero de dinheiro”, e sublinha que “não pode entrar nem mais um euro na TAP”.

Por fim, o moderador confrontou Vitorino Silva com o facto de estar em último lugar nas sondagens divulgadas até agora. Ainda assim, o candidato garante que confia no eleitorado e diz que nunca sentiu “Lisboa tão perto de Rans”.

Tino recorda que há cinco anos (nas últimas eleições presidenciais onde também foi candidato), as sondagens apontavam apenas para 0,1% das intenções de voto, e que depois conseguiu alcançar mais de 3% dos votos. Ao que Tiago Mayan Gonçalves responde: “Isso ainda me dá esperança”.

Ana Moura, ZAP //

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