O ministro da Saúde, Paulo Macedo, classificou esta segunda-feira como “totalmente imoral” o preço pedido pela indústria farmacêutica para o novo medicamento para a hepatite C, fármaco que tem sido reclamado pelas associações de doentes.
“O Infarmed está a autorizar tudo o que são casos de ‘life saving’, para salvar vidas. E o que queremos é ter uma estratégia concertada com outros países que também não aprovaram o medicamento e que são a maioria. Para tentar baixar o preço, porque obviamente o preço é totalmente imoral“, afirmou o ministro Paulo Macedo, questionado pelos jornalistas a propósito do Dia Mundial contra a Hepatite, que se assinalou esta segunda-feira.
O ministro já tinha sugerido uma aliança de vários países para tentar reduzir o preço dos novos medicamentos para a hepatite C, um novo grupo de fármacos que permite a cura definitiva em mais de 90% dos doentes tratados.
Segundo notícia do Correio da Manhã de 2 de Junho, o preço do tratamento, que alguns doentes aguardam há meses, foi fixado pela indústria farmacêutica para Portugal em 48.000 euros. O mesmo tratamento foi fixado no Egipto em cerca de 600 euros.
O tratamento com o fármaco decorre num período de 3 meses, e alguns doentes podem precisar de 2 tratamentos para obter a cura definitiva.
Esta segunda-feira, Paulo Macedo insistiu na ideia de uma estratégia concertada de vários países europeus, afirmando que Portugal quer, “de certeza, aceder à inovação”, mas com preços que tornem possível a sua comparticipação.
O ministro, aliás, citou o exemplo de outro medicamento para a hepatite C que já desceu cerca de 60% o seu preço face à proposta inicial dos laboratórios.
“Quando estamos a falar de negociações, de aceitar uma proposta/imposição num tempo ou noutro, e isso significa centenas ou dezenas de milhões de euros para os contribuintes, isso não admitimos”, afirmou.
ZAP / Lusa
Às vezes desejo a pena de morte para estas pessoas, oportunistas, especuladores, gananciosos e aproveitadores do mal dos outros!