O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou a administração do Presidente cessante, Donald Trump, pelo atraso na vacinação contra o SARS-CoV-2, considerando que está “muito aquém” do esperado.
“Vai demorar anos, não meses, a vacinar o povo norte-americano” ao ritmo atual, considerou Joe Biden, através de uma declaração transmitida na rede social Twitter, a partir de Wilmington, no Delaware.
O dedo foi apontado ao que Biden considera ser a falta de esforços reais da administração do Presidente Donald Trump, na campanha de vacinação, que ficou “muito aquém” do previsto.
Por isso, o Presidente eleito, que vai tomar posse já no dia 20 de janeiro, prometeu aumentar o ritmo da vacinação contra a covid-19 cinco a seis vezes, até um milhão de inoculações por dia.
Contudo, o antigo vice-presidente dos Estados unidos reconheceu que “vai levar meses” até que a generalidade da população norte-americana esteja vacinada.
Biden prometeu também um “esforço muito mais agressivo para levar as coisas para o caminho certo”. O democrata garantiu que vai “mover o céu e a Terra para nos colocar na direção certa”.
Os Estados Unidos da América lançaram a maior campanha de vacinação da história do país em meados de dezembro. Neste momento, o país já tem duas vacinas em circulação: a da farmacêutica Pfizer (em parceria com a BioNTech) e a da Moderna.
Contudo, já há outros fármacos, nomeadamente a da Johnson & Johnson, cujos ensaios clínicos já estão na fase final, que deem pedir dentro de poucos dias a aprovação de emergência da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla inglesa).
Cerca de 2,1 milhões de pessoas já receberam a primeira injeção de uma das duas vacinas que estão em circulação, segundo dados divulgado esta terça-feria 29 de dezembro, pelo de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa).
Este número, no entanto, está bastante longe da meta traçada pelo Presidente cessante dos EUA, o republicano Donald Trump, que prometeu que haveria 20 milhões de norte-americanos vacinados até ao final do ano.
“Estamos abaixo do patamar em que gostaríamos de estar”, vincou o conceituado epidemiologista norte-americano Anthony Fauci, uma das figuras proeminentes do combate à pandemia nos Estados Unidos, que disse também esperar que a partir de janeiro seja possível colmatar este atraso.
A vice-presidente eleita, Kamala Harris, seguiu o exemplo do Presidente eleito, o democrata Joe Biden, e do vice-presidente cessante, o republicano Mike Pence, que também foram vacinados em público para encorajar a população a fazer o mesmo.
A democrata tomou o imunizante num hospital de Washington D.C. O momento foi transmitido em direto pelo youtube. O objetivo é “encorajar a todos a tomar a vacina. É relativamente indolor, é rápido e seguro”, afirma Harris.
“Eu confio nos cientistas e foram eles que criaram e aprovaram a vacina. E, por isso, incentivo a que todos, quando for a vossa vez, sejam vacinados. Isto é sobre salvar a vossa vida, da vossa família e da vossa comunidade”, disse a futura vice-presidente após ser vacinada.
Estirpe detetada no Reino Unido já chegou aos EUA
A primeira infeção da estirpe do SARS-CoV-2 detetada no Reino Unido, que pode ser até 70% mais contagiosa, foi reportada nos Estados Unidos da América (EUA), na cidade de Denver, no Colorado, foi anunciado esta terça-feira.
De acordo com o governador do Colorado, Jared Polis, citado pela Associated Press (AP), um homem com idade entre os 20 e os 30 anos, que está em isolamento no sudeste de Denver, está infetado com a variante do SARS-CoV-2 identificada este mês no Reino Unido.
O Laboratório Estatal do Colorado, estado montanhoso do centro-oeste dos EUA, confirmou esta informação e os Centros de Controlo e de Prevenção de Doenças (CDC) já estão ao corrente da situação.
Uma nova declaração do governador do Colorado e também dos delegados de saúde estatais está prevista para quarta-feira.
Na sequência da descoberta desta estirpe, Washington impôs a obrigatoriedade de um teste à presença do SARS-CoV-2 cujo resultado seja negativo para qualquer pessoa que regresse do território britânico.
ZAP // Lusa