As Girl Scouts estão numa guerra de recrutamento “altamente prejudicial” com os Boy Scouts, após estes terem aberto as portas às meninas, causando confusão no mercado e fazendo com que algumas inadvertidamente tenham ingressado nos escoteiros.
A competição entre os Boy e as Girl Scouts intensificou-se à medida que a organização para rapazes – que insiste que os recrutas se comprometam a ser “confiáveis, leais, prestáveis, amigáveis, corteses e gentis” – recrutou meninas alegamente injustamente, de acordo com documentos legais apresentados em nome das Escoteiras dos Estados Unidos.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, os advogados entraram com uma ação no tribunal federal de Manhattan esta quinta-feira para repelir um esforço dos escoteiros de acabar com um processo de violação de marca registada que as Girl Scouts moveram em 2018.
No mês passado, os advogados dos Boy Scouts pediram a um juiz que rejeitasse as alegações de que os escoteiros não podem usar “escoteiros” e “escotismo” no seu recrutamento de meninas sem infringir marcas registadas, considerando a ação de “totalmente sem mérito”.
No sábado, os Boy Scouts apontaram para argumentos legais nos quais culpam as Girl Scouts por reagir aos seus planos de expansão com “raiva e alarme” e disse que as escoteiras lançaram uma “guerra terrestre” para estragar os planos dos escoteiros de incluir meninas.
Em comunicado, os Boy Scouts disseram que expandiram as ofertas de programas para meninas “depois de anos de pedidos de famílias” que queriam que os seus filhos e filhas participassem nos seus programas de caráter e liderança.
“Aplaudimos todas as organizações que desenvolvem caráter e liderança em crianças, incluindo as Girl Scouts of the USA, e acreditamos que todas as famílias e comunidades beneficiam da oportunidade de selecionar os programas que melhor atendem às suas necessidades”, lê-se no comunicado.
No seu processo, as Girl Scouts disseram que o marketing dos Boy Scouts de serviços expandidos para meninas era “extraordinário e altamente prejudicial para as escoteiras” e havia desencadeado uma “explosão de confusão”.
“Como resultado da violação dos escoteiros, os pais por engano inscreveram as suas filhas nos escoteiros, a pensar que eram escoteiras”, disseram os advogados, acrescentando que isso nunca aconteceu antes de 2018.
As Girl Scouts disseram que podem provar que há “casos galopantes de confusão e instâncias equivocadas de associação entre escoteiros e escoteiras” depois de os escoteiros terem direcionado as meninas e os seus pais para comunicações de marketing e recrutamento de uma forma nunca antes vista.
“Insinuar que a confusão é uma razão prevalecente para a sua escolha não é apenas impreciso – sem nenhum caso legalmente admissível oferecido até ao momento – mas também desconsidera as decisões de mais de 120.000 meninas e mulheres jovens que se juntaram aos escoteiros desde que os programas se tornaram disponíveis para elas”, argumentaram os Boy Scouts.
A organização citou provas de um pequeno subconjunto de documentos entregues por 19 dos 250 conselhos locais de escoteiros, incluindo evidências de que as taxas de registo eram devolvidas aos pais que pensaram erradamente que registaram meninas para as Girl Scouts.
Segundo o relatório, as ocorrências repetidas de confusão e interferência local por parte dos escoteiros representam uma pequena fração do que está a acontecer em todo o país. Tanto as escoteiras quanto os escoteiros, como outras grandes organizações juvenis, viram declínios no número de membros nos últimos anos, à medida que a competição crescia antes da pandemia de ligas desportivas e agendas familiares ocupadas.