As orquídeas são geralmente apreciadas pela sua beleza, mas é quase certo que esta nova espécie proveniente de Madagáscar não vai ganhar nenhum concurso.
Tal como escreve o site Live Science, não é de estranhar que esta espécie recentemente identificada tenha sido apelidada de “orquídea mais feia do mundo” pelo Jardim Botânico Real de Kew (RBG Kew), em Inglaterra, que recentemente a colocou no topo de uma lista de espécies descobertas em 2020.
Esta orquídea sem folhas, chamada Gastrodia agnicellus, cresce no subsolo durante a maior parte do seu ciclo de vida, mais concretamente na manta morta composta por material orgânico em decomposição, e é alimentada por fungos.
Em 2019, o botânico britânico Johan Hermans encontrou uma série de orquídeas desta espécie escondidas sob a folhagem numa floresta húmida de Madagáscar. No seu estudo, publicado a 5 de novembro na revista científica Curtis’s Botanical Magazine, o investigador explicou que as suas formas irregulares e oblongas sugeriam que pertencia a um grupo conhecido como “orquídeas batatas” e que as suas flores emitem um “cheiro rosa almiscarado” que se intensifica quando a temperatura está mais quente.
Além desta orquídea, investigadores e colaboradores da RBG Kew descreveram, só este ano, mais de 150 novas plantas e fungos. “Num ano tão desafiador e difícil, é emocionante ver a ciência botânica e micológica a prosperar, com uma longa lista de espécies novas e incríveis a serem documentadas pelos nossos colaboradores em todo o mundo”, disse Martin Cheek, botânico da RBG Kew e cientista sénior do departamento de Identificação e Nomenclatura.
“No entanto, a desoladora realidade que enfrentamos não pode ser subestimada: com duas em cada cinco plantas ameaçadas de extinção, é uma corrida contra o tempo para encontrar, identificar, nomear e conservar as plantas antes que desapareçam”, alertou.