Todos os 11 grandes eleitores do estado norte-americano do Arizona votaram esta segunda-feira a partir de um lugar cuja localização foi mantida em segredo devido a ameaças de violência contra os membros do Colégio Eleitoral.
A revelação foi feita esta terça-feira pela secretária de Estado do Arizona, Katie Hobbs, numa entrevista concedida à emissora norte-americana CNN.
“Vimos, ao longo da passada, uma retórica e ameaças cada vez mais crescentes e, por isso, decidimos alterar [o local de voto dos grandes eleitores do Arizona] para a segurança de todos os envolvidos”, explicou a governante.
O Colégio Eleitoral é o grupo de Grandes Eleitores requerido pela Constituição norte-americana para eleger o Presidente e o vice-Presidente, após as eleições que decorrem a cada quatro anos, em função da votação em cada estado, explica a agência Lusa.
Nas eleições de 3 de novembro, o democrata Joe Biden conseguiu os votos suficientes para garantir 306 Grandes Eleitores – bem acima dos 270 necessários para a maioria dos 538 votos no Colégio Eleitoral – contra 232 de Trump.
Contudo, cada Grande Eleitor tem a liberdade de escolher o candidato em que votará na reunião, podendo desrespeitar as indicações manifestadas pelo voto popular.
O Arizona foi um estado importante para a eleição de Joe Biden, tendo o democrata vencido o republicano Donald Trump neste território por mais de 10.000 votos, segundo escreve o jornal norte-americano The Washington Post.
Katie Hobbs falou ainda sobre as alegações de fraude de que esta eleição presidencial tem sido alvo durante a reunião do Colégio Eleitoral do Arizona nesta segunda-feira, que foi transmitida em tempo real através da rede social Facebook.
“Tivemos uma eleição extremamente bem dirigida e observamos uma participação eleitoral historicamente alta (…) Embora exista quem esteja chateado com o facto de o candidato não ter vencido, é é patentemente anti-americano e inaceitável que o evento de hoje seja algo menos do que uma tradição honrada, realizada com orgulho e celebração”.
De acordo com a democrata, as alegações sobre fraude geraram “ameaças de violência” contra a própria, bem como ao seu gabinete, acrescentou, dando conta que teve conhecimento de relatos semelhantes de ameaças e intimidação noutros estados.