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China, Japão e Brasil são dos melhores países para viver a idade da reforma. EUA é considerado um dos piores

Embora o envelhecimento seja visto como algo inevitável, é também visto de forma muito diferente em todo o mundo e em ambientes diferentes – o que pode ser prejudicial para a saúde e para o bem-estar das pessoas.

Para perceber de que modo o envelhecimento é visto em vários países do mundo, foram realizados dois estudos onde os investigadores mediram o sentimento público e os preconceitos em relação ao envelhecimento administrando o Teste de Associação Implícita.

Este teste mede a força das associações subconscientes de uma pessoa, sendo que foram contabilizados 800.000 participantes em cada pesquisa do banco de dados do Projeto Implícito, avança o Futurity.

O primeiro estudo, publicado no jornal Sage, examinou os países que mostram o maior preconceito contra as pessoas mais velhas, e os que tendem a ter mais preocupações com estas.

Percebeu-se então que países individualistas como os Estados Unidos, Alemanha, Irlanda, África do Sul e Austrália têm os maiores preconceitos de idade, e são também os estados onde as pessoas estão mais focadas em manter uma aparência jovem. Culturalmente, estes países tendem a enfatizar a individualidade e a independência das pessoas.

Pelo contrário nos considerados países coletivistas, como é o caso do Japão, China, Coreia do Sul, Índia e Brasil – há uma maior tendência para a coesão e harmonia do grupo, por isso tendem a respeitar mais os idosos e a aplicar melhores políticas para os beneficiar.

Publicado na European Journal of Social Psychology, um segundo estudo investigou o peso da idade nos Estados Unidos, e o preconceito que no país existe.

O estudo analisou estados individuais, e os investigadores perceberam que alguns destinos populares para a reforma, também tendiam a ser mais preconceituosos para com as pessoas mais velhas, como é o caso da Flórida, da Carolina do Sul e do Norte.

Muitos destes estados tendem a ter os piores resultados de expectativa de vida para adultos mais velhos. “Possivelmente, esta tendência deve-se ao atrito que ocorre quando há grandes fluxos de idosos nas regiões, pois estas nem sempre são as mais adequadas para recebê-los”.

Um outro fator que faz com que haja maior preconceito, é o facto dos estados que recebem mais idosos tenderem a ter custos mais elevados com o sistema de saúde. Uma razão para os gastos adicionais com saúde é porque adultos mais velhos com mais doenças causam uma maior procura por recursos de saúde, pode ler-se no estudo.

A outra razão é que esses estados podem ser piores na administração de apoios e fundos para idosos. Os estados, e a forma como tratam os idosos, provavelmente afeta a facilidade com que as pessoas podem adquirir os serviços.

“Ambos os estudos demonstram como é que os ambientes locais afetam as atitudes das pessoas e a vida dos idosos. Crescemos nos nossos ambientes e estes moldam-nos de formas muito importantes e de uma maneira que nem percebemos ”, diz William Chopik, professor assistente de psicologia na Michigan State University e autor dos estudos.

O especialista recorda que “estar exposto a políticas e atitudes a nível nacional pode moldar a forma como interagimos com os idosos. A nível estadual, nos Estados Unidos, a maneira como se trata os idosos tem implicações importantes para eles“.

De acordo com os autores, também existem muitos benefícios para este tipo de mentalidade, assim como existem diferentes desvantagens para as culturas mais coletivistas.

Ainda assim, parece que os Estados Unidos e muitos outros países do mundo, têm um problema de preconceito de idade que deve ser resolvido nos próximos anos.

ZAP //

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