A startup portuguesa Skizo transformou a pandemia numa oportunidade de crescimento. Quando faltava comida nalgumas mesas, a empresa de produção de sapatilhas e bolsas passou a fazer máscaras a partir de plástico retirado dos oceanos e está a “recuperar” as vendas.
“Fomos desafiados, porque tínhamos pessoas perto que tinham habilidade de costura, mas que não tinham um prato de sopa para comer. Foi aí que iniciamos a produção de máscaras”, conta à Rádio Renascença o fundador da Skizo, André Facote.
A startup nasceu no Parque da Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) e o seu core business passa por fazer sapatilhas e malas com plástico retirado dos oceanos.
O mesmo princípio foi aplicado para a produção de máscaras de uso profissional e comunitário de protecção contra a covid-19.
Foi ainda durante a primeira vaga da pandemia, numa altura em que as vendas de sapatilhas estavam estagnadas, que a Skizo se virou para as máscaras, contando com a colaboração de costureiras portuguesas que estavam desempregadas.
A marca vende máscaras do modelo nível 3, as chamadas comunitárias, com camadas, que são feitas em “44% por algodão orgânico” e em “56% por fio que resulta do plástico recolhido do oceano”, como revela André Facote na Renascença.
Cada uma destas máscaras é o equivalente a “cerca de duas garrafas de plástico”, frisa ainda o fundador da Skizo.
Já as máscaras de nível 2 que estão certificadas para uso profissional e que a marca também produz equivalem a “cerca de cinco garrafas de plástico”, ainda segundo Facote.
O fundador da marca refere que já foram vendidas mais de quatro mil máscaras certificadas pelo CITEVE, em Portugal, para 25 lavagens, pelo AITEX de Espanha para 50 lavagens e pela EUROFINS da União Europeia para 100 lavagens.
A empresa está “a recuperar” as vendas com esta estratégia e já conseguiu retirar “quase uma tonelada de plástico dos oceanos, o que é equivalente a mais de 28 mil garrafas de plástico”.