Uma flor vermelha redemoinhada rabiscada numa parede de uma caverna há cerca de 400 anos é a primeira evidência definitiva de que os nativos norte-americanos consumiam drogas psicadélicas em locais de arte rupestre.
Descoberta na caverna Pinwheel da Califórnia, acredita-se que o desenho retrate uma Datura wrightii, uma planta com flores que faz parte da família das beladonas e conhecida por possuir propriedades venenosas e psicadélicas. No entanto, a evidência de indulgências psicoativas nesta caverna vai muito além do que apenas um rabisco de uma flor.
Os arqueólogos usaram análises químicas para mostrar que resíduos mastigados da flor psicadélica podem ser encontrados nas fendas da caverna. A equipa de arqueólogos argumenta que isso serve como “a primeira evidência clara para a ingestão de drogas psicadélicas num local de arte rupestre.”
Está estabelecido que algumas culturas nativas americanas, assim como muitas outras culturas em todo o mundo, usaram Datura em cerimónias espirituais e ritos de passagem. No entanto, esta é a primeira vez que cientistas descobrem vestígios físicos da droga numa caverna ao lado de arte rupestre.
Para chegar a esta conclusão, uma equipa de arqueólogos, químicos e especialistas forenses usou cromatografia líquida-espectrometria de massa para descobrir a presença de alcalóides psicadélicos escopolamina e atropina nos pedaços mastigados de material vegetal encontrados incrustados nas paredes da caverna. A análise do microscópio eletrónico de scanner foi usada para confirmar se os alcalóides vieram de uma Datura wrightii.
Os cientistas argumentam que o facto de a obra de arte retratar uma forma vistosa em forma de flor com cinco pétalas elegantemente enroladas, assim como a flor de muitas espécies de Datura, não é coincidência.
Esta descoberta tem algumas implicações importantes no que se sabe sobre a criação de arte rupestre e estados alterados de consciência.
Durante décadas, uma teoria dominante postulou que muitos exemplos de arte rupestre foram criados por xamãs num estado de transe enquanto estavam sob o efeito de drogas psicadélicas. Isso é frequentemente sugerido devido aos padrões alucinantes e imagens surreais encontradas na arte rupestre, embora os investigadores nunca tenham encontrado qualquer evidência clara do consumo de substâncias psicadélicas em qualquer sítio de arte rupestre do mundo.
Agora, o novo estudo encontrou essa evidência direta de drogas em locais de arte rupestre. No entanto, os cientistas argumentam que a nova descoberta desafia o modelo de “alto xamã”, uma vez que acreditam que o artista não estivesse numa transe quando estava a criar esta ilustração nem o desenho servia para retratar a sua experiência psicadélica pessoal.
Em vez disso, é mais provável que a arte atue como um sinal, mostrando aos indivíduos que esse era um espaço onde esta planta importante era ingerida.
Este estudo foi publicado este mês na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
É como olhar para uma parede em cogumelos ou lsd… it’s alive!!!
Na verdade na iconografia de cometas também aparece uma imagem semelhante que corresponde à imagem da cabeça de um cometa quando surge de frente para o observador. Ou seja, se a evidência é essa pintura não desdenharia outras hipóteses.
Isso ou então faz parte da experiência psicodélica. O chamado tunel, ou vórtice, de luz.