Esta vila no sul do Equador ganhou fama, na década de 70, quando a comunidade científica começou a tentar descobrir o porquê de a maioria dos seus habitantes viver mais de 100 anos.
De acordo com o canal estatal russo RT, Vilcabamba, no sul do Equador, é conhecida como “o vale sagrado da longevidade”, uma vez que muitos dos seus habitantes conseguiram ultrapassar a marca dos 100 anos. E, na década de 70, ganhou fama mundial, quando cientistas de todo o mundo se juntaram para tentar descobrir o motivo.
Com o passar do anos, o número de centenários diminuiu. Segundo o presidente do Governo Autónomo Descentralizado (GAD) da vila, Carlos Ortiz, em entrevista ao mesmo site, contam-se agora 47 pessoas, dos cerca de 7200 habitantes.
“Infelizmente, há alguns dias, Vilcabamba perdeu um dos seus anciãos, com 110 anos”, contou o responsável, indicando que ainda existem alguns com até 108 anos.
Para Ortiz, apesar de serem menos, continua a ser notável o facto de estes locais “chegarem à terceira idade com uma saúde física e mental muito boa, estando prontos para fazer qualquer coisa”.
Para o autarca, outro dos pontos a destacar é o facto de “não haver um número elevado de pessoas com doenças cardiovasculares”, exatamente o contrário do que se verifica no resto do país, onde são a principal causa de mortalidade.
Uma das causas a que se atribui esta longevidade é a água local, que contém, entre outros, ouro, prata coloidal, magnésio e cálcio. De acordo com Ortiz, a água que chega à vila “nasce na parte alta da Cordilheira dos Andes e não há poluição” durante o seu percurso.
Mas, para já, esta é uma hipótese que ainda não está 100% comprovada. O presidente do GAD indicou que, atualmente, há uma universidade que está a realizar estudos sobre genética para se aprofundar e tentar apurar o motivo.
Há também quem destaque outros fatores como, por exemplo, o clima e a sua localização. Vilcabamba fica na parte sul da Serra do Equador, a cerca de 1500 metros acima do nível do mar, tendo um clima subtropical seco, que varia entre os 16 e 23 graus durante o ano.
Além disso, há uma forte ligação à agricultura biológica, alimentação saudável e prática regular de exercício físico. “Desde as 05h00 da manhã, já se vê muita gente a caminhar ou a trabalhar no campo”.
Com tantas vantagens, esta vila no sul do Equador tornou-se um destino para muitas pessoas que já se encontram reformadas. Atualmente, segundo o autarca, há cerca de mil estrangeiros a viver de forma permanente na vila, a maioria dos EUA e do Canadá, mas também da Alemanha, Itália e até da Coreia do Sul.
“Há muitos testemunhos de estrangeiros que chegaram a Vilcabamba, alguns sem conseguir andar, utilizando cadeira de rodas elétrica, outros com muletas ou com problemas de obesidade e, passado um ano ou ano e meio, já têm uma vida normal, conseguem caminhar e andar de bicicleta. É engraçado ver isso”, conclui Ortiz.