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Implante cerebral permitiu controlar um computador com a mente

O implante cerebral permitiu que os voluntários com esclerose lateral amiotrófica, a mesma doença do astrofísico Stephen Hawking, conseguissem enviar e-mails e fazer compras online.

O implante Stentrode tem potencial para tratar uma ampla gama de condições neurológicas. Nos primeiros testes em humanos, trouxe melhorias significativas na qualidade de vida de dois voluntários australianos que sofrem de esclerose lateral amiotrófica, a mesma doença do astrofísico Stephen Hawking.

O aparelho foi desenvolvido por investigadores da Universidade de Melbourne, do Hospital Real de Melbourne, do Instituto Florey para Neurociência e Saúde Mental, da Universidade Monash e da empresa Synchron Australia. Os resultados do primeiro teste clínico foram animadores e surgem descritos no Journal of NeuroInterventional Surgery.

A doença neurológica degenerativa incapacitou os dois australianos de mover os membros superiores. No entanto, com a ajuda deste dispositivo implantado no cérebro, os dois pacientes com esclerose lateral amiotrófica foram capazes de navegar na Internet, escrever textos no computador, mandar e-mails e até fazer compras online

Segundo o New Atlas, o dispositivo, que tem o tamanho de um fósforo, foi implantado pelas veias dos voluntários, próximo ao córtex motor do cérebro, numa técnica que envolve uma pequena incisão no pescoço. Nesta região do cérebro, o dispositivo é capaz de monitorizar os sinais elétricos cerebrais e estimular regiões que correspondem a movimentos musculares específicos.

Houve diferenças nas cirurgias devido à anatomia dos pacientes, mas, apesar das dificuldades, os voluntários conseguiram recuperar em poucos dias.

O uso do Stentrode foi combinado com uma tecnologia de rastreio do movimento ocular para mover o cursor do computador, dispensando assim a utilização de ratos ou teclados. Os voluntários tiveram de receber treino prévio para aprender a controlar as várias ações do cursor, como o zoom e o clique com o botão esquerdo.

Os dois primeiros pacientes alcançaram uma precisão média de cliques de 92% e 93%, respetivamente, e velocidades de digitação de 14 e 20 caracteres por minuto, com texto preditivo desativado.

A equipa espera receber a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) em cerca de cinco anos.

ZAP //

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