O Presidente eleito fez uma declaração onde relembra que a vacina anunciada vai demorar a ser aprovada e a chegar a todos e implorou aos americanos para usarem máscara no seu dia a dia. Contudo, a atual administração não está a facilitar a vida ao futuro Presidente dos EUA.
Joe Biden fez uma declaração ao país explicando o seu plano para colocar a pandemia sob controlo, lembrando que ainda vai demorar até efetivamente haver vacinas distribuídas.
Durante o discurso, o democrata fez um pedido: “eu imploro, usem máscara. Não é um instrumento político. O objetivo é dar-nos uma vida normal o mais depressa possível. Não será para sempre”.
Biden só tomará posse a 20 de janeiro e fez questão de o lembrar duas vezes, mas dois meses no meio de uma pandemia pode ser uma eternidade. Na declaração pública, o futuro presidente quis vincar a mensagem. “Não importa o partido de cada um, o seu ponto de vista, podemos salvar dezenas de milhares de vidas se usarmos máscaras”.
O Presidente eleito já está a começar planear os seu trabalho, começando por nomear uma equipa de especialistas de saúde pública – incluindo um membro que saiu do governo federal depois de criticar a abordagem do ainda Presidente, Donald Trump.
O democrata está a preparar um plano de combate à pandemia, mas este só pode ser aplicado quando chegar à Casa Branca. As suas ações irão passar por assegurar que vai haver “vacinas grátis para todos”, prometeu.
Durante o seu discurso, Biden prometeu também mais reforço da capacidade de testagem, reforço da capacidade de rastreamento, regras para “escolas e pequenos negócios, para abrirem em segurança”, aumentar a investigação em tratamentos e produção de equipamento de proteção”.
“Não pouparei esforços para controlar esta pandemia, assim que tomar posse a 20 janeiro”, disse o Presidente eleito. “Vamos seguir a ciência, trabalhando com governos locais. Esta eleição acabou, vamos acabar com a demonização dos adversários. Esta crise afeta-nos a todos. Vamos usar máscara, vamos ao trabalho”, rematou.
Percalços na chegada à Casa Branca
Apesar de já estar a preparar os próximos quatro anos, Biden não terá os próximos tempos facilitados. É que a responsável pelos edifícios federais, nomeada por Donald Trump, ainda não fez a declaração oficial que permite à equipa do próximo presidente americano começar a trabalhar, como é habitual em todas as mudanças na presidência.
A notícia é avançada pelo Washington Post, que aponta a ocorrência como mais um sinal de que Trump não irá reconhecer a derrota eleitoral e pode perturbar a transferência do poder.
Emily Murphy, responsável pela General Services Administration (GSA) está a recusar-se a assinar uma carta que permite à equipa de transição do Presidente eleito começar a trabalhar, pelo menos formalmente, esta semana.
Este processo é visto como uma declaração formal do Governo Federal a reconhecer os resultados eleitorais. No entanto, de acordo com o jornal, a responsável continua sem escrever a carta e a administração Trump não tem planos imediatos para o fazer.
“Ainda não foi feita nenhuma determinação quanto à declaração”, respondeu por e-mail a assessora de imprensa da GSA, Pamela Pennington, garantido que a funcionária continuará a cumprir todos os requisitos previstos na lei.
Gerry Connolly, congressista democrata pela Virginia, já declarou que “a ação de Emily Murphy tem de ser condenada”. O que está a acontecer “é claramente danoso para uma transição de poder ordeira”, referiu.
Com este atraso ficam em causa elementos necessários para o trabalho diário na Casa Branca, como é o caso de acesso aos sistemas informáticos, dinheiro para os salários dos trabalhadores e restantes despesas, criação de novos e-mails institucionais e atribuição de escritórios, entre outros.