A Indonésia passou o Brasil e tornando-se o maior desflorestador do mundo, com quase o dobro da destruição de florestas em 2012, de acordo com um artigo publicado na revista Nature Climate Change.
O artigo revela que o arquipélago indonésio perdeu quase o dobro (840 mil hectares) de massa florestal em relação ao Brasil (460 mil hectares) em 2012, último ano com dados.
A investigadora Belinda Arunarwati Margono, que faz parte do grupo autor do estudo, explicou à agência EFE que o mais preocupante é que a alarmante desflorestação da Indonésia afeta as florestas primárias, massas florestais virgens que são o habitat de inúmeras espécies animais em vias de extinção, tais como tigres, rinocerontes asiáticos e orangotangos.
Margono afirmou que apesar de o Governo indonésio ter aprovado uma moratória em 2011 com a intenção de limitar o abate de florestas nativas, na realidade a medida apenas protege as florestas menos afetadas pelo homem, enquanto deixa outras sem proteção.
“Por esse motivo dividimos as florestas em duas classes na nossa investigação: as que nunca foram alteradas e as que em algum momento sofreram perturbações devido à atividade humana”, explicou.
Margono declarou que os investigadores descobriram que 98% das florestas primárias abatidas registaram-se na categoria não abrangida pela moratória, causando uma notável perda de habitats de fauna protegida, enquanto libertou também enormes quantidades de dióxido de carbono para a atmosfera.
Indonésia perdeu área florestal do tamanho de Portugal
O estudo, que se intitula “A perda de cobertura florestal primária na Indonésia entre 2000-2012”, foi realizado por um grupo de investigadores da Universidade de Maryland, nos EUA, e do World Resource Institute com acesso a dados do Ministério da Administração Florestal da Indonésia.
Segundo os cientistas, desde o início do século a Indonésia perdeu pelo menos 15,79 milhões de hectares de massa florestal, maior que a área de Portugal continental.
Enquanto no período 2000-2012 a área florestal perdida na Amazónia brasileira caiu uma média anual de 113.800 hectares, na Indonésia o valor aumentou 47.600 hectares todos os anos, um avanço motivado especialmente pela indústria papeleira e de óleo de palma.
Segundo Margono, os resultados do estudo em ilhas como Sumatra, onde 70% das suas florestas foram alteradas ou abatidas, devem servir de advertência para outras zonas do país com menor nível de abate.
“Sumatra é no que se irão converter as outras ilhas no futuro se continuar o uso intensivo das florestas. Seguem-se Kalimantan (Bornéu) e Papua que, se não fizerem nada, podem acabar da mesma maneira”, afirmou a investigadora, que durante sete anos compilou informação no Ministério da Administração Florestal indonésio.
A Indonésia tem uma das maiores áreas florestais do mundo, apenas atrás da Amazónia e do Congo, sendo que nas florestas indonésias se encontram 10% de todas as plantas do planeta, 12% dos mamíferos, 17% dos pássaros e 16% dos anfíbios-répteis.
Ao mesmo tempo, o país é o maior produtor de óleo de palma do mundo e um dos maiores produtores de papel e madeira, indústrias que com a desflorestação contribuem para que a Indonésia seja o terceiro maior emissor de dióxido de carbono do mundo.
/Lusa
Alguém envie uma bomba atómica para acabar com aquele estêrco que tanto mal faz a este planeta, cambada de bandidos.
Sim, porque um bomba atómica iria fazer muito bem ao planeta!…