Uma equipa de arqueólogos descobriu novos detalhes sobre uma pequena vila na Escócia, que foi abandonada depois de ter sido “enterrada” na areia, há mais de 300 anos.
As mudanças climáticas durante a Pequena Idade do Gelo, um período de temperaturas mais amenas entre 1645 e 1715, podem ter contribuído para a acumulação extrema de areia na vila de Broo, em Shetland, Escócia. Mais de 300 anos depois de ter sido enterrada na areia, cientistas revelaram novos detalhes sobre a vila fantasma.
O assentamento de Broo, com apenas quatro casas, foi abandonado no final da década de 1690, com a invasão de depósitos de areia a expulsar os residentes da vila. No entanto, novas evidências mostram agora que alguém, ou algum grupo, regressou ao local anos depois, tendo construído uma entrada para um anexo submerso.
A equipa de Gerry Bigelow, do Shetland Islands Climate and Settlement Project, teve de cavar dois metros de areia para chegar aos níveis originais da vila e, lá, encontraram uma grande variedade de artefactos: cerâmicas, um cachimbo de argila, ossos de animais, moedas e “artefactos de elefante” que pertenciam à família Sinclair, líderes de Broo.
Segundo o Ancient-Origins, com base nas descobertas dos arqueólogos, a pessoa – ou as pessoas – que regressaram a Broo transformaram um edifício anexo submerso num espaço habitável, dando vida à vila fantasma.
Os investigadores não sabem quem voltou a Broo nem por que motivo escolheram viver num verdadeiro buraco de areia, rodeados por uma paisagem árida cheia de areia. No entanto, esta descoberta indica que algo nesta vila fantasma “deve ter tido valor para alguém”.
Bigelow deverá apresentar estas descobertas numa palestra online marcada para dia 30 de outubro. Além de discutir por que motivo a aldeia fantasma escocesa foi abandonada, também tentará explicar como é que a areia enterrou a vizinha comunidade Quendale, localizada a cerca de 2 quilómetros.
De acordo com um artigo publicado no Astro, a “Pequena Idade do Gelo de 1645 a 1715” foi causada por mudanças nas correntes oceânicas. Gerry Bigelow acredita que os humanos se adaptaram a estas mudanças nas paisagens e sugere que os ilhéus podem ter cultivado aveia na areia.