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Uma fotografia diplomática entre Israel e Líbano pode fazer com que Trump se sinta o “Sr. da Paz”

Atef Afadi / EPA

Tirar uma fotografia comemorativa é uma das questões de protocolo mais complicadas nas negociações sobre as fronteiras marítimas entre o Líbano e Israel.

As negociações sobre as fronteiras marítimas entre o Líbano e Israel são espinhosas e há questões que, por muito que pareçam insignificantes, se intrometem no caminho: é o caso das fotografias comemorativas ou até do cumprimento das duas delegações.

De acordo com o Aljazeera, o Líbano e Israel estão, tecnicamente, em guerra. As conversas, mediadas pelos Estados Unidos, para demarcar a fronteira marítima dos países começaram na passada quarta-feira, numa base das Nações Unidas localizada na fronteira sul do Líbano.

Numa declaração conjunta, divulgada no mesmo dia, o Hezbollah e o seu principal aliado, o Movimento Amal, disseram que Israel estava a tentar “empurrar” o Líbano para um clima de normalização com Israel, menos de um mês depois da assinatura dos acordos patrocinados pelos Estados Unidos entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

O jornal Al-Akhbar, pró-Hezbollah, escreveu que os dois grupos rejeitaram uma “imagem ao estilo de normalização” na forma de uma fotografia comemorativa. No entanto, nenhuma imagem foi divulgada.

A fotografia teria um grande valor de propaganda para Israel e para os Estados Unidos, mas embaraçaria os partidos do Líbano, que defendem a “resistência” contra os israelitas.

Laury Haytayan, diretora do Natural Resource Governance Institute, disse ao Aljazeera que a fotografia pode ter sido enviada para o Presidente norte-americano, Donald Trump, e que o governante poderá até ter-se sentido o “Sr. da Paz e da Estabilidade“. “Posso fazer com que os israelitas e os libaneses se sentem na mesma mesa para negociar relações normalizadas”, ironizou.

Ao matutino, fonte presidencial do Líbano adiantou que o Presidente Michel Aoun discutiu a etiqueta do país nas conversas com a delegação e rejeitou qualquer forma de normalização. Contudo, deixou a a questão da fotografia nas mãos da ONU.

Durante as negociações, os dois lados aproximaram-se, ainda que apenas fisicamente. As conversas foram interrompidas após uma hora de reunião, tendo sido marcado um segundo encontro para dia 28 de outubro.

Do lado libanês, levantam-se vozes que consideram que a situação económica degradada do país pode fazer com que a delegação não consiga manter as negociações diretas com Israel. É o caso de Ziad Assouad, um membro do partido do Presidente Michel Aoun, que disse que “não podemos resolver a questão através da guerra, até porque não temos o poder económico para o fazer.”

ZAP //

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