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Boris aperta nas restrições. Bares e restaurantes fecham às 22h (e há multas de até 1.000 euros para quem violar distanciamento)

Neil Hall / EPA

Bares, restaurantes e pubs vão fechar às 22 horas e as autoridades poderão passar multas de mais de mil euros a quem não cumprir o distanciamento social. Estas são algumas das medidas que o Executivo britânico vai apresentar na tarde desta terça-feira para conter a pandemia de covid-19.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai ordenar o fecho de pubs, bares e restaurantes em Inglaterra às 22:00 a partir da próxima quinta-feira, para tentar travar o crescimento de novos casos de covid-19, adiantou esta segunda-feira a agência EFE.

O jornal britânico The Guardian avança ainda que as autoridades poderão fazer detenções e passar multas de mil libras (mais de 1.087 euros) para garantir que as pessoas cumpram o distanciamento físico de dois metros.

Boris Johnson vai reunir-se esta terça-feira com o seu gabinete de crise, do qual fazem parte os seus principais ministros e os chefes dos governos regionais do Reino Unido, falando depois à nação para explicar as novas medidas de contenção da pandemia, prevendo-se que fale pelas 20:00 locais (a mesma hora em Lisboa), segundo revelou Downing Street, a residência oficial do primeiro-ministro britânico.

Perante o avanço da pandemia, o executivo britânico elevou o grau de alerta do terceiro para o quarto nível, numa escala de cinco, o que reflete um “alto risco de transmissão” e a necessidade de medidas de distanciamento social.

Além de impor um encerramento mais cedo dos estabelecimentos, as novas restrições vão impedir o consumo ao balcão, ficando o serviço restringido às mesas.

Boris Johnson, que também deve marcar presença na terça-feira na Câmara dos Comuns (parlamento), vai insistir, no seu discurso, na necessidade de continuar a cumprir as atuais diretrizes sobre distanciamento social, higiene e uso de máscara.

“Ninguém subestima o desafio que as medidas representam para muitas pessoas e empresas. Sabemos que não será fácil, mas devemos tomar mais medidas para controlar o ressurgimento de casos de coronavírus e proteger o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla inglesa)”, disse um porta-voz de Downing Street em comunicado.

Michael Gove apela ao teletrabalho

Face ao aumento de casos nos últimos dias, o ministro do Conselho de Ministros, Michael Gove, pediu que os britânicos continuem em regime de teletrabalho sempre que possível.

“Estamos a enfatizar que, se é seguro trabalhar no seu local de trabalho, se está num local de trabalho seguro da Covid-19, e o seu trabalho assim exigir, então deve estar lá. Mas se pode trabalhar de casa, é o que deve fazer“, disse, em declarações à BBC.

À emissora Sky News, destacou ainda: “A taxa de infeção está a aumentar, o número de pessoas que vão ao hospital está a aumentar e, portanto, precisamos agir”.

“Um dos riscos que temos de enfrentar é que a mistura social em geral contribui para a disseminação do vírus. Quanto mais pudermos restringir isto nesta fase, melhor para todos nós e para a saúde pública”, defendeu ainda o governante.

Números duplicam a cada semana

Desde a semana passada que estão proibidas em Inglaterra reuniões sociais com mais de seis pessoas, tanto no interior como no exterior.

As novas medidas surgem depois de os especialistas que assessoram o Governo terem alertado que o Reino Unido pode atingir os 50 mil contágios diários a meio de outubro se não forem dados passos concretos para travar a transmissão.

O número de doentes está a duplicar a cada semana e sem restrições adicionais a velocidade de propagação continuará a acelerar nas próximas semanas, alertaram os especialistas. O Reino Unido registou esta segunda-feira 4.368 novos casos do novo coronavírus e 11 mortes. Desde o início da pandemia já morreram 41.788 pessoas.

Os especialistas admitem que o número de mortes diárias possa chegar a 200 se não se inverter a atual tendência.

ZAP // Lusa

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