Episódio aconteceu numa partida de voleibol em Gondomar. Presidente garante que jovens pertencem aos órgãos sociais do clube, Federação não confirma a identidade à entrada.
A Supertaça de voleibol começou, no Grupo B, com o duelo entre Leixões e Fonte do Bastardo. A partida foi ganha pela equipa açoriana por 3-0 e foi animada por sete jovens apoiantes do Leixões, presentes numa bancada do Pavilhão Multiusos de Gondomar.
No meio do silêncio e das cadeiras vazias, facilmente aqueles jovens – quase todos eles na casa dos 20/30 anos – se destacaram porque aplaudiram constantemente o conjunto nortenho, entoaram vários cânticos de apoio e por vezes gritaram palavras menos adequadas sobre o árbitro ou algum adversário.
Na fase inicial do jogo também estiveram de pé, contrariando as normas que o novo contexto impõe – sentaram-se pouco depois – e um dos elementos esteve quase sempre sem a sua máscara colocada corretamente:
No final do encontro, os jogadores do Leixões deslocaram-se até perto destes apoiantes e agradeceram o incentivo dado ao longo da partida, enquanto os jovens voltaram a aplaudir os atletas e a entoar cânticos.
Quem são os jovens?
O ZAP quis saber se os elementos que se encontravam nos (poucos) lugares destinados aos convidados, eram adeptos do Leixões. O presidente Jorge Moreira assegurou-nos que todos pertencem aos órgãos sociais do emblema de Matosinhos.
No entanto, nas imagens disponíveis da tomada de posse e da composição de todos os órgãos sociais do Leixões, aparecem nas fotografias apenas dois dos sete homens presentes em Gondomar. Confrontado com esse facto, o presidente do Leixões manteve a garantia de que todos fazem parte dos órgãos sociais.
O ZAP pediu, por diversas vezes, a Jorge Moreira que indicasse os cargos que cada um ocupa, para confirmar, na lista oficial, que todos pertencem à estrutura do Leixões. O líder do clube nunca nos divulgou os cargos e insistiu: “Os dirigentes foram apoiar os atletas, algo normal num clube com a nossa mística e identidade”.
O que dizem as novas regras?
Assim, oficialmente não esteve na bancada qualquer adepto “comum” do Leixões. Mas, se tivesse estado, estaria o Leixões a “desviar-se” das regras?
O regulamento publicado pela Federação Portuguesa de Voleibol informa que podem estar nas bancadas, no máximo, 10 pessoas que fazem parte dos órgãos sociais dos clubes envolvidos no jogo. Aqui não houve qualquer problema, já que a Fonte do Bastardo não superou os três representantes.
A questão é: a Federação controla ao detalhe a identidade, no momento entrada das pessoas? Pede, por exemplo, o Cartão de Cidadão para confirmar que cada pessoa que entra no pavilhão pertence aos órgãos sociais? Não.
Fonte da Federação confirmou ao ZAP que o Leixões “tem direito” àqueles lugares nas bancadas, mas confessou que a Federação não verifica individualmente a identidade das pessoas.
Ou seja, os lugares nas bancadas destinados aos órgãos sociais de um clube podem ser ocupados por pessoas que não fazem parte dos órgãos sociais.