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As girafas são tão altas que podem funcionar como um pára-raios fatal

A ideia de que a girafa pode funcionar como um pára-raios não é nova e já se sabe que estes animais já foram mortos por relâmpagos. Porém, agora, cientistas descreveram as circunstâncias em detalhe pela primeira vez.

A cientistas conservacionista Ciska Scheijen, que tem estudado girafas na Conservação Rockwood, na África do Sul, no último ano, descreveu dois casos do que parece ser morte por um raio.

Em 29 de fevereiro deste ano, Rockwood foi atingido por uma forte tempestade, mas breve, com raios e chuvas fortes. No dia anterior, a manada de oito girafas do parque foi visto junta. O dia da tempestade impediu observações, mas nem 1 de março apenas seis foram vistas, algo que Scheijen diz ser incomum para este rebanho.

No dia seguinte, encontraram dois membros da manada – uma fêmea de 5 anos e uma mais jovem – mortos a poucos metros de distância. Como foram encontrados não muito longe de onde foram observadas na véspera da tempestade, era provável que tivessem morrido durante a tempestade.

Porém, numa inspeção mais próxima, encontraram uma grande fratura no crânio da girafa mais velha, onde o ossicone direito – as protuberâncias em forma de chifre no topo da cabeça das girafas – encontrava o crânio. Esta fratura sugeria que tinha sido atingida por um raio.

Por outro lado, as girafas não tinham marcas de queimaduras nas carcaças, sinal visto noutros animais que foram atingidos por relâmpagos.

Existem quatro formas pelas quais relâmpagos podem matar um animal: ser atingido diretamente, estar perto de um objeto que é atingido por um raio (flash lateral), uma descarga de luz no solo (tensão de passo) e quando parte do corpo entra em contacto com um objeto atingido enquanto ainda está a tocar no solo.

Scheijen suspeita que, como as girafas não estavam perto de nenhuma árvore alta, os ossicones da girafa mais velha – e, portanto, a mais alta com mais de 2 metros de altura –  era o ponto mais alto de contacto para relâmpagos e foi atingida diretamente. A mais jovem a sete metros de distância foi vítima de flash lateral ou tensão de passo.

“Eu não diria que os ossicones agem como um pára-raios, mas a altura imponente das girafas sim”, disse Scheijen, em declarações à IFLScience. “Se forem o ponto mais alto na área, as hipóteses podem ser altas de que são os que correm o maior risco de serem atingidos por um raio.”

Embora a altura das girafas as torne particularmente vulneráveis ​​à eletrocussão por raios, não é claro se se adaptaram para evitar isso. O facto de as girafas não serem encontradas mortas com mais frequência por relâmpagos pode significar que sabem abrigar-se sob árvores maiores, mas ainda não há evidências claras disso.

Embora Scheijen indique que estas são apenas observações porque estava no lugar certo na hora certa, a investigadora espera que into inspire mais investigações sobre os efeitos dos raios na morte de girafas.

Este estudo foi publicado em agosto na revista científica African Journal of Ecology.

ZAP //

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