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Investigadores desenvolvem “vassoura” para varrer a poeira lunar

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NASA

Harrison “Jack” Schmitt da Apollo 17, em 1972

Uma equipa de cientistas da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, desenvolveu uma nova solução para o problema da limpeza da Lua: uma espécie de vassoura com um feixe de eletrões.

A investigação, cujo artigo científico foi recentemente publicado na Acta Astronautica, é uma resposta a uma das maiores desvantagens da colonização da Lua: a poeira.

O investigador Xu Wang admite que o regolito “é realmente irritante”. “A poeira lunar agarra-se a todos os tipos de superfícies – fatos espaciais, painéis solares, capacetes – e pode danificar equipamentos.”

Para mitigar o problema, conta o Europa Press, os investigadores desenvolveram uma solução: uma espécie de vassoura que usa um feixe de eletrões, que dispara um fluxo concentrado e seguro de partículas de baixa energia carregadas negativamente.

Antes de os astronautas poderem usar este dispositivo para fazer a limpeza do solo lunar, os cientistas têm ainda um longo caminho pela frente. Ainda assim, segundo Benjamin Farr, principal autor do artigo, as primeiras descobertas sugerem que os “caçadores de poeira” podem ser um acessório para as bases lunares num futuro não muito distante.

Como a poeira lunar é muito pegajosa, a solução passa pelo feixe de eletrões – esta ferramenta pode transformar as cargas elétricas das partículas de poeira numa arma contra elas mesmas.

Para testar a teoria, os cientistas carregaram uma câmara de vácuo com vários materiais revestidos com um “simulador da Lua”, feito pela NASA, e projetado para parecer poeira lunar.

Depois de apontarem um feixe de luz, a poeira dissipou em apenas alguns minutos. O truque também funcionou numa ampla gama de superfícies, incluindo vidro e tecido de fatos espaciais, tendo sido capaz de limpar superfícies empoeiradas numa média de cerca de 75-85%.

Além de uma boa notícia, o novo dispositivo pode ser música para os ouvidos de muitos astronautas da era Apollo. Harrison “Jack” Schmitt, que visitou a Lua como membro da Apollo 17, em 1972, desenvolveu uma reação alérgica ao material e disse que cheirava a “pólvora gasta”.

ZAP //

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