O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 37% em julho, em termos homólogos, e 0,2% face a junho, segundo dados divulgados, esta quinta-feira, pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
De acordo com o IEFP, no final de julho, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 407.302 desempregados, número que representa 74,5% de um total de 546.846 pedidos de emprego.
O total de desempregados registados no país foi superior ao verificado no mesmo mês de 2019 (37%) e face ao mês anterior (0,2%).
Já o número de casais com os dois elementos inscritos nos centros de emprego aumentou 22% em julho, face ao mesmo mês de 2019, para 6560, segundo os dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
De acordo com o IEFP, do total de desempregados casados ou em união de facto, 13.120 (8,2%) “têm também registo de que o seu cônjuge está igualmente inscrito como desempregado no Serviço de Emprego”.
Assim, o número de casais em que os dois cônjuges estão registados como desempregados foi, no final de julho de 2020, de 6560, ou seja, mais 22% (1181 casais) que no mês homólogo e menos 0,8% (-50 casais) em relação ao mês anterior.
Os casais nesta situação de duplo desemprego têm direito a uma majoração de 10% do valor da prestação de subsídio de desemprego que se encontrem a receber, quando tenham dependentes a cargo.
O IEFP começou a divulgar informação estatística sobre os casais com os dois elementos desempregados em novembro de 2010, altura em que havia registo de 2862 destas situações.
BE diz que números não são “infelizmente” surpresa
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou que os números do desemprego “não são, infelizmente,” uma surpresa, dado a crise económica que se está a viver por causa da pandemia da covid-19.
“Não são infelizmente uma surpresa, nós sabíamos já que íamos ser confrontados com um desemprego a crescer pela crise económica que estamos a viver. Temos dito, aliás, que o país se deve preparar para uma segunda vaga, e a segunda vaga é uma vaga de saúde, de crise económica e de crise social”, afirmou.
A líder bloquista falava aos jornalistas no final de uma visita ao centro de dia, ainda encerrado, do Centro de Apoio à Terceira Idade (CATI), em São Mamede de Infesta, em Matosinhos, distrito do Porto.
Na opinião de Catarina Martins, os apoios à economia deviam ser mais fortes na proteção do emprego e do salário, considerando que esses não tiveram a força que era necessário.
“Consideramos também que o país deve ter mecanismos mais fortes para apoiar quem perdeu o emprego e quem perdeu o seu rendimento”, sublinhou.
ZAP // Lusa