O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) decidiu, esta quarta-feira, suspender a circulação de veículos de manutenção da ferrovia, como aquele que colidiu contra um Alfa Pendular em Soure, até que sejam adotadas medidas mitigadoras do risco.
O IMT, enquanto autoridade nacional de segurança ferroviária (ASNF), determinou a suspensão da circulação de veículos de manutenção e fiscalização da ferrovia sem o sistema de controlo de velocidade, até que sejam adotadas medidas preventivas, para diminuir o risco de acidente, afirmou, hoje, a entidade, numa nota de esclarecimento relativa ao acidente entre um destes veículos e um Alfa Pendular, em Soure.
“Até que o sistema de proteção automática [nos veículos de conservação da ferrovia] seja implementado, a ANSF exigiu à Infraestruturas de Portugal que sejam adotadas medidas adicionais e complementares mitigadoras de risco que permitam a circulação destes veículos não equipados com CONVEL [sistema de controlo de velocidade]. Até à implementação destas medidas adicionais e complementares mitigadoras do risco, a circulação destes veículos encontra-se suspensa”, disse aquela entidade.
Na nota, o IMT referiu que requereu uma avaliação urgente da viabilidade da solução para estes veículos “e, caso viável, a consequente implementação urgente”, salientando que a Infraestruturas de Portugal (IP) já deu informação de que “terá sido encontrada uma solução viável”.
“O IMT continuará a avaliar a situação, podendo resultar em novas medidas a adotar”, acrescentou.
Na última sexta-feira, uma dresine (veículo de conservação da ferrovia) colidiu contra um Alfa Pendular, no concelho de Soure, distrito de Coimbra. O descarrilamento provocou duas vítimas mortais (os ocupantes da dresine), oito feridos graves e 36 feridos ligeiros.
A colisão surgiu em resultado da ultrapassagem indevida de um sinal vermelho por parte da dresine, à saída da estação de Soure.
Esta semana, a Infraestruturas de Portugal justificou a não instalação do sistema de controlo automático de velocidade nos veículos de conservação de catenária (VCC) com “uma situação muitíssimo complexa do ponto de vista técnico” que apenas foi solucionada há 10 dias.
ZAP // Lusa
Agora, já foi suspensa a circulação de tais veiculos e exigida( até aqui era só recomendado) pelo instituto de mobilidade a adopção de medidas adicionais de segurança.A IP justificou a não acatação das recomendações por ser uma soluçao tecnicamente muito complexa , mas também sugeriu que era demasiado cara. Será que as vidas humanas têm preço??? È de lamentar tanta incúria e tanta ausência de responsabilidades!!!