Várias mulheres que sofreram assédio e agressão sexual quando trabalhavam para Harvey Weinstein, condenado por violação e agressão sexual, vão receber cerca de 16,9 milhões de euros (19 milhões de dólares) no âmbito de uma ação coletiva.
Os pagamentos, que devem ser aprovados por dois tribunais, são o resultado de uma demanda apresentada contra o ex-produtor de cinema e o estúdio The Weinstein Company.
“Harvey Weinstein e The Weinstein Company falharam com as suas funcionárias. Depois de todo o assédio, ameaças, discriminação e discriminação de género, estas sobreviventes finalmente vão receber algo de justiça”, afirmou a procuradora Letitia James em comunicado, citado pela CNN.
Segundo o processo, Weinstein “forçou funcionárias mulheres a estabelecer contactos sexuais não desejados para manter o emprego ou progredir na carreira”.
Um advogado de várias vítimas de Weinstein criticou o acordo proposto, de acordo como Diário de Notícias, e descreveu-o como uma “completa traição”. Wigdor disse que Weinstein “não aceita responsabilidade pelas suas ações” e não pagará com o próprio dinheiro. Além disso, a proposta impede as vítimas que não desejam aceitar o acordo de buscar outras vias de compensação e que, portanto, vai contestar o mesmo no tribunal.
A declaração da procuradora-geral não menciona um acordo de 25 milhões de dólares alcançado com dezenas de mulheres em dezembro.
Weinstein foi declarado culpado em fevereiro por ato sexual criminoso e violação, num veredicto chave para o movimento #MeToo.
A sentença anunciada no mês seguinte – 23 anos de prisão – representou a queda definitiva do ex-produtor de cinema de 68 anos, que foi acusado de comportamento sexual agressivo por quase 90 mulheres, incluindo as atrizes Angelina Jolie e Salma Hayek.