Nos últimos 20 anos, um esforço público e governamental transformou a polícia da Irlanda do Norte numa organização encarada com alta consideração por quase 90% da população.
Desde a formação do Governo da Irlanda do Norte, em 1921, a polícia atuou em vários conflitos políticos violentos entre uma maioria protestante e uma minoria católica. A partir do final da década de 1960, um movimento católico de direitos civis começou a exigir maior igualdade entre católicos e protestantes.
Depois de 30 anos de conflito, a Irlanda do Norte reformou as suas forças policiais, num processo muito lento, e até doloroso, que levou a cabo grandes mudanças na polícia.
Num artigo publicado no The Conversation, Laura A. Weinstein, professora de História no Queens College, City University of New York, e Donald Beaudette, professor de Ciência Política no Oxford College, consideram que o processo de reforma da polícia na Irlanda do Norte pode servir de exemplo em debates sobre as forças de segurança norte-americanas.
A transformação da polícia da Irlanda do Norte não foi fácil. O objetivo era criar um “serviço policial capaz de atrair e sustentar o apoio da comunidade como um todo” que seria “representativo da sociedade”. Os responsáveis queriam que todas as comunidades vissem “a polícia como a sua polícia“.
Na prática, isso significava recrutar mais católicos para as forças políciais, um processo que foi muito árduo de levar a cabo. Atualmente, grande parte da lacuna está resolvida: quase um terço de todos os agentes são católicos, embora a comunidade católica represente 45% da população da Irlanda do Norte.
Este processo baseou-se no “recrutamento 50-50“, cujo objetivo era substituir os agentes protestantes mais velhos por novos recrutas católicos.
A experiência da Irlanda do Norte revela a importância de uma força policial representativa e pode ser uma arma muito valiosa num esforço mais amplo para combater o racismo policial nos Estados Unidos. O processo para resolver esta divisão racial é muito lento, mas não significa que não valha a pena.
Religiões; desde sempre a dividir e a atrasar a humanidade!…