(dr) Mikko Ellmen

O salmão do Atlântico é mais atraído por espécimes de maiores dimensões, descobriu uma equipa de cientistas da Universidade de Helsínquia e do Instituto de Recursos Naturais da Finlândia.
A cada verão, dezenas de milhares de salmões do Atlântico migram do mar de Barents para o rio Teno, na Finlândia, para desovar nos riachos onde nasceram.
Segundo o EurekAlert, a jornada é uma verdadeira façanha de resistência: o salmão pára de se alimentar, navega em águas que fluem rapidamente, salta sobre obstáculos e evita predadores, anzóis e redes de pesca para chegar ao local.
Mas a maratona não fica por aqui. Quando chegam ao local de desova, lutam para acasalar com membros do sexo oposto. E a pergunta que se impõem é: quem são os vencedores desta competição evolutiva?
De acordo com uma equipa de cientistas da Universidade de Helsínquia e do Instituto de Recursos Naturais da Finlândia, os peixes de maiores dimensões produzem mais descendentes.
A maioria dos salmões do rio Teno passa entre um e quatro anos no mar antes de voltar a procriar. Quanto mais tempo o salmão passa no mar, maiores são os peixes. Normalmente, as fêmeas demoram entre 2 a 3 anos a “amadurecer”, mas a maioria dos machos retorna ao mar após um ano.
O estudo, publicado recentemente na Molecular Ecology, mostrou que, a cada ano passado no mar, as fêmeas ganham mais de 4 kg e procriam 60% mais. Por outro lado, os machos ganham quase 5 kg e procriam 200% mais.
No entanto, importa salientar que passar mais tempo no mar tem um custo significativo, dado que muito poucos peixes de maiores dimensões retornam à desova. “Gastar mais tempo no mar expõe os peixes, durante mais tempo, a predadores, pesca e doenças”, explicou o investigador Kenyon Mobley.
“Os nossos resultados mostram como os aspetos negligenciados da história de vida do salmão são importantes para a conservação a longo prazo desta espécie”, rematou.