Vital Kamerhe, chefe de gabinete do Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, foi considerado culpado de ter ter desviado 48 milhões de dólares, tendo sido condenado a vinte anos de trabalhos forçados.
Segundo noticiou esta terça-feira o Expresso, o juiz considerou “inequívocos” os factos provados. Entre os aspetos insólitos do caso, está o facto de ser invulgar políticos a esse nível serem responsabilizados por corrupção. Ainda no decorrer do processo, o juiz original faleceu, tendo o Governo anunciado que a morte foi consequência de uma hemorragia cerebral causada por pancadas na cabeça.
Kamerhe, um antigo presidente do Parlamento que assumiu o cargo de chefe de gabinete de Tshisekedi em 2018, terá desviado os 48 milhões de dólares durante os seus primeiros cem dias no cargo. Esta verda destinava-se à construção de casas sociais prometidas pelo Presidente durante a campanha.
Em sua defesa, Kamerhe garantiu que tudo o que se fez teve a aprovação de Tshisekedi, e disse que o processo era político. Kamerhe vai recorrer, mas a carreira política terminou.
No julgamento foi ainda condenado um empresário libanês, igualmente a vinte anos, e um funcionário da presidência, com uma pena de dois anos.