Paulinho Paiakan, um dos mais conhecidos defensores indígenas da floresta Amazónia, morreu esta quarta-feira vítima de covid-19, avança BBC.
O chefe indígena morreu aos 65 anos num hospital do estado brasileiro do Pará, uma das regiões brasileiras mais afetadas pela pandemia do novo coronavírus. A emissora britânica frisa que as comunidades indígenas são das mais atingidas pela doença.
“Trabalhou toda a vida para construir alianças mundiais à volta dos povos indígenas e para salvar a Amazónia”, disse Gert-Peter Bruch, fundador do grupo ambientalista Planet Amazon, em declarações à agência noticiosa AFP.
“Estava muito à frente de seu tempo. Perdemos um guia extremamente valioso“.
Paulinho Paiakan, chefe do povo Kayapó, chamou a atenção internacional por volta da década de 1980 na luta contra Belo Monte, uma das maiores barragens do mundo.
Em 1998, recorda a BBC, foi condenado por violação de uma jovem de 18 anos, tendo a sua mulher sido considerada culpada de o ter ajudado no ataque. Os aliados do líder indígena dizem que o caso foi fabricado para manchar a sua reputação e silenciá-lo.
O Brasil é um dos países do mundo mais afetados pela pandemia de covid-19, acreditando os especialistas que o território está a semanas de distância do seu pico.
O país liderado por Jair Bolsonaro regista o segundo maior número de infeções (mais de 955.00) e de vítimas morais (46.500), depois dos Estados Unidos, segundo dados avançados pela Universidade Johns Hopkins.