Trabalhadores dos CTT em greve esta sexta-feira

A greve dos trabalhadores dos CTT contra o pagamento do subsídio de almoço no cartão de refeição começou à meia-noite desta sexta-feira nas centrais de correios.

Por ser feriado, “a greve começa à meia-noite nas centrais de correios”, com início em Cabo Ruivo, Lisboa, adiantou o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), Víctor Narciso.

Esta é a segunda greve dos trabalhadores dos Correios de Portugal em duas semanas (a última aconteceu a 29 de maio), sendo que o pagamento do subsídio de refeição em cartão foi o motor desta greve, a que se junta a reivindicação por “melhores condições de trabalho”, o protesto contra a “desorganização da empresa” e o “congelamento salarial”, entre outros pontos.

Víctor Narciso disse que as suas expectativas de adesão “são boas”, a avaliar pela última greve.

Em comunicado, os CTT antecipam que, “de um modo geral no país, os efeitos da greve sejam pouco sentidos, com a eventual ocorrência de constrangimentos localizados em áreas específicas”, referindo que “têm articulado um plano de contingência no sentido de evitar, em caso de necessidade, problemas na sua operação na defesa da prestação e qualidade do serviço junto dos nossos clientes”.

Na última paralisação, segundo o sindicato, mais de 70% dos trabalhadores dos CTT estiveram em greve contra o congelamento salarial e o pagamento do subsídio de refeição em cartão, mas a empresa situou a adesão em 18,5%.

De acordo com o sindicato, os trabalhadores não aceitam a proposta de atribuição de um cartão de refeição como forma de pagamento do subsídio de alimentação, substituindo, assim, o pagamento no vencimento mensal por transferência bancária, como tem sido feito até ao momento.

Na nota enviada na quinta-feira, os CTT referem que esta greve abrange as duas redes da empresa – a rede de distribuição postal (carteiros) e a rede de atendimento (lojas CTT) –, mas não a rede de Postos de Correio explorados por parceiros dos CTT, nem os agentes que prestam serviços de pagamento PayShop.

Os CTT alertam ainda que, nos dias de greve, nenhuma taxa de adesão divulgada antes das 12h00 do dia 12 de junho de 2020, ou seja, antes de ser completado o registo da ausência dos trabalhadores no sistema de processamento de ordenados, pode ser baseada em dados completos.

Segundo a empresa, a decisão de passar a pagar o subsídio de alimentação através de um cartão de refeição aos colaboradores que ainda não tinham optado por essa via foi uma das várias medidas tomadas para fazer face à quebra de receitas e garantir a sustentabilidade da empresa.

Os CTT sublinham que o cartão de refeição pode ser usado em qualquer estabelecimento de venda de produtos alimentares e “representa uma manifesta vantagem económica para todos: para a empresa, traduz uma forma lícita de diminuição substancial de custos; para os colaboradores, significa uma poupança média anual em sede de IRS, na ordem dos 100 euros”.

A greve foi convocada pelo SNTCT, SINDETELCO – Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços, SITIC — Sindicato Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicações, SINCOR – Sindicato Independente dos Correios de Portugal, SINQUADROS – Sindicato de Quadros das Comunicações, SINTTAV – Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual, SICOMP – Sindicato das Comunicações de Portugal, FENTCOP – Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas, SERS – Sindicato dos Engenheiros, SNEET – Sindicato Nacional dos Engenheiros, e SERS – Sindicato dos Engenheiros da Região Sul.

// Lusa

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